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O lápis que vê

O lápis que vê

24 de Julho, 2020

Géneros e feminismo

Ana Isabel Sampaio

Não acredito em separação. Não acho que o futuro seja uma espécie de distorção do patriarcado (ou da cultura machista) em que de alguma forma as mulheres se superiorizam aos homens.

Também sei que o feminismo, na sua génese e nas suas intenções foi muito distorcido. Porque estamos todos a aprender, aprender após tempo demais de deformação do que realmente é real no que é ser mulher e ser homem (bem como com outras géneros com que as pessoas se idenifiquem).

Não. Não podemos cometer o mesmo erro de separar, julgar, ostracizar, humilhar e enfiar em caixas de ideias ultrapassadas e que claramente não resultam.

Acredito em união, acredito na diferença. O caminho é a equidade: oportunidades iguais dentro da diferença.

Acredito na escolha pessoal e consciente que cada um faz sobre o seu caminho.

Não me venham dizer que homens e mulheres são iguais, porque não são. Não me venham dizer que as mulheres são todas iguais, porque isso é desdenhar.  Não me venham dizer que os homens são todos iguais, porque é mentira. E não digam que todos se enquadram apenas nestas dua categorias ou que elas são uma definição à nascença, porque também isso é mentira. Estas, bem como todas as generalizações são humilhantes para quem as faz e desempoderam quem as recebe.

Temos de chegar a um balanço saudável. Antes disso acontecer. Lamento, mas toda a raiva e repressão feminina enlatada vai ter de sair. Foram muitos séculos… Mas, no meio disto tudo, temos de parar para pensar se queremos cometer os mesmos erros. E não, não queremos, acho que toda a humanidade tem isso bem claro.

A energia saudável, o respeito qualquer que seja a religião, orientação sexual, qualquer que seja o passado, qualquer que sejam os erros cometidos, tudo pode ser remendado… com tolerância, com paciência, com Amor, com olhos de ver e coração a sentir.