Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O lápis que vê

O lápis que vê

19 de Maio, 2020

Os limites aprendidos

Ana Isabel Sampaio

Que raio de regras são estas que imponho a mim mesma? Que raio de limites parvos me afogam ainda?

Deixo-me ainda soterrar nas convenções à espera de uma recompensa ou presa a um medo falso… que não existe a não ser na minha cabeça e nos limites aprendidos.

A irritação da prisão bateu forte hoje. Pensei que fosse do isolamento (e claro que também é), mas também são as prisões interiores. Estes condicionantes internos.

A questão da sexualidade e do sexo tem estado bastante presente nos últimos dias. A força da vida, mas também a importância das histórias. A força que impele a vida é sexual, mas não perversa. Percebo que quando tenho alguém em mente, essa força parece ser mais direcionada e fico impelida a fazer coisas e criar.

A aparência, o movimento, o pensamento, as emoções… tudo isso me interessa, o intelecto. Quando é que eu entro mais nestes desesperos? Quando me sinto incompreendida. Amigos, trabalho, conhecidos… sinto o desespero e frustração quando não consigo passar a mensagem. Mas quem disse que sou eu que estou certa? Não são eles reflexos do meu subconsciente querendo gritar. E o Amor? Onde foca o Amor?

Mas porque é que sempre tive estes…? Se nada é por acaso e estamos sempre a evoluir, até isto tem o seu propósito. Foda-se e esta quarentena que vem por tudo em cheque?

(…)

Sei bem os demónios que me atormentam, posso não querer ver, mas sei… posso recalcar, mas sei. São os demónios da medianidade (se é que a palavra existe), o pânico e a agonia que me dá a mediocridade.

18 de Maio, 2020

Diário (em tempos de pandemia) | Diary (in pandemic times) #5

Ana Isabel Sampaio

Copy of Copy of Copy of Copy of Cópia de Cópia d

Não, o Amor não vence sempre. Às vezes vence o medo e o cansaço, e o vazio. Às vezes não é a energia e a paixão que tomam conta, mas o encolher, o mingar. O ficar preso dentro do próprio corpo, da casa, dos limites. E agora esta pandemia, este confinamento, o desgaste, a solidão que hoje assolou. O nada.

Sinto-me desligada do mundo, como sempre me senti um pouco. Às vezes é bom, hoje é mau. Não sei por onde ir e não posso sair a procurar o caminho.

Quero recuperar a magia, mas se calhar estou a ver pelo lado errado. Eu não posso recuperar uma coisa que veio de um lugar distorcido. Tenho de refazer a magia, procura-la neste lugar novo.

No, love doesn't always win. Sometimes wins the fear and the tiredness, and he emptiness. Sometines is ot the energy and passion that take over, is the shrinking, the feeling smal. To feel trapped in the body, in the house, in the limits. And this isolation, the wearing, the lonliness. And some days like today where I don't feel at all that everything is going to be ok (insert rainbow here). 

I feel disconected from the world, I always did in someway. Sometimes is a good thing today it feels bad. It is a diferent kind of disconection. Just can't find my path.

Somehow I want to redeem the magic I feel I lost somewhere along these last couple of years. But maybe I'm just looking at it the wrong way. How can I redeem something that was wrong all along? Maybe I just need to rethink magic in a new way or find it in a new place.

16 de Maio, 2020

How did I get here with my heart only half open?

Ana Isabel Sampaio

97990791_1093536504346597_7831752210034720768_n.jp

Como cheguei até aqui só com o coração entreaberto?

Foi abrindo aos poucos, não muito… nem muita gente, nem luz (se bem que luz parece um exagero)… mas gente… sim… sempre à distância certa. Sei sempre quando me sinto transbordada de Amor. Fico avassalada. O meu coração não cabe, é maior que tudo.

Sei sempre quando estou resistente às pessoas. Critico, resisto ao seu riso, à sua forma de ser e estar. Que mesquinhice. Só porque tenho mede de encarar o coração. Ou tinha. Ou tenho. Será que me lembro-me dos olhares onde vi Amor? Sei porque prefiro o platónico… não tenho de deixar entrar… mais fácil assim.

Percebo alguma libertação aconteceu e tenho medo. Não quero, mas lembro-me quando foi com ele, como não quis ver e deixar ir. Não quero cometer o mesmo erro, mas ao mesmo tempo não quero contentar. É possível? Tudo é possível (essa frase feita e irritante).

Onde fica a fronteira de contentar e chegar ao supostamente impossível, mas que é, para mim, o único caminho.

 

 
01 de Maio, 2020

Normalização do perdão | Normalization of forgiveness

Ana Isabel Sampaio

Copy of Untitled Design.jpg

Acho que é isso. Quando a pessoa que sentimos que nos magoou se torna normal. Já não sentimos raiva, nem sofrimento, nem angústia, nem vergonha, nem culpa, nem vontade de vingança…

É quando percebemos que a pessoa se tornou normal. Que tem apenas as oportunidades de qualquer outra pessoa. Até a de voltar é apenas igual à de qualquer outra pessoa que possa passar no nosso caminho… reduzida apenas ao interesse ou não. Reduzida à sintonia do momento que pode ser nenhuma.

E sim, é um bocadinho triste. Porque não há nada pior que ser simplesmente normal.

"Empresta-me os teus olhos uma vez" dizia o Samuel Úria ainda agora...

 

I think that's it. When the person we feel has hurt us becomes normal.

We no longer feel anger, nor suffering, nor anguish, nor shame, nor guilt, nor the desire for revenge ...
That's when we realize that the person has become normal. That has only the opportunities oas anyone else. Even coming back to our life is simple reduced to the chances has anyone else who who crosses our path ... reduced to our interest or lake of it. Reduced to the sintony of the moment that may be none.

And yes, it is a little bit sad. Because nothing is worse than being simple normal.