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O lápis que vê

O lápis que vê

30 de Março, 2020

Diário (em tempos de pandemia) | Diary (in pandemic times) #4

Ana Isabel Sampaio

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Que irritação. Irrita-me não me sentir tão produtiva como queria. Irrita-me não conseguir lidar tão bem com isso como queria. Irrita-me não conseguir ler, meditar, serenar como queria… Que mania de estar sempre ocupada. Ainda assim no meio do turbilhão de sentimentos, de momentos que considero desperdícios de tempo e energia percebo que não há muito a fazer. Este confinamento não traz um plano definido. 

O tempo que sobra para pensar. As distrações. A vida em suspenso. O reaprender. E aceitar. Engraçado que é fácil para mim aceitar esta mudança por que o mundo está a passar. Uma mudança difícil, mas necessária além do medo que agora paira. 

Então o que está a ser difícil de aceitar? Ou então é só a passagem, como quando estamos a atravessar aqueles túneis dos comboios antes de sair no destino do outro lado.

 

The irritation. It irritates me not to feel as productive as I wanted to. It irritates me that I can't handle it as well as I wanted to not being productive I mean. It irritates me not being able to read, meditate, calm down as much as I wanted… 

What a bad habit to always try to be busy.

Still, in the midst of the whirlwind of feelings, of moments that I consider to be wasted time and energy, I realize that there is not much to do. This confinement does not have a defined plan.

The time left to think. The Distractions. Life on hold. The relearn. And accept. Funny how easy it is for me to accept this change that the world is going through. A difficult but necessary change beyond the fear that now hangs.

The time left to think. The distractions. Life on hold. The relearning. The acceptance. Funny how easy it is for me to accept this change that the world is going through as a collective. A difficult but necessary change beyond the fear that now hangs upon everyone.

So what is being difficult to accept in personal terms? Or is it just this strange passage, as when we are crossing those train tunnels before arriving at the other side?

 

21 de Março, 2020

Pensamento aleatório despregado #55

Ana Isabel Sampaio

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Agora vamos aos construtivos, porque eu acho que, se fizermos isto bem, podemos fazer avançar o mundo em termos de evolução de consciências e modos de vida (engraçado se o pensamento 55 que é um número que gosto particularmente).

A meu ver só há duas formas de encarar tudo o que está a acontecer: de uma forma: destrutiva ou de uma forma construtiva. Sugiro a segunda e para isso é preciso olhar com clareza e deixar distrações. Olhar com fé, com carinho e decisão.

 

A criatividade está ao rubro e percebemos, que na generalidade, a humanidade tem bom-humor, algo útil em tempos de crise.

 

As pessoas organizaram-se a vários níveis de formas nunca antes vistas-

 

Os níveis de solidariedade dispararam e ficamos mais atentos aos outros.

 

Os corações ficaram mais abertos.

 

Estamos a perceber que há outras formas de fazer as coisas, ainda estamos um pouco assustados de como vai ser, mas já percebemos que há outros caminhos.

 

O mundo repensou prioridades.

 

Noutra eviravolta do destino, quando disserem aos vossos pais que não podem sair e eles disserem que toda a gente sai, digam-lhes que eles não são toda a gente... Pimba...

 

As redes sociais encheram-se de conteúdos úteis, aproximaram-nos todos uma bocadinho mais (convém é não exagerar).

 

Todos percebemos a importância de um estilo de vida saudável a todos os níveis: fisico, mental, espiritual e emocional. 

 

Também percebemos que vivemos com coisas a mais.

 

Percebemos quem são as pessoas com quem queremos falar e estar.

 

 

 

 

21 de Março, 2020

Pensamento aleatório despregado #54

Ana Isabel Sampaio

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Depois vou fazer um apanhado só com pensamentos construtivos, mas por agora deixem-me gozar um bocadinho... e sim, vou ser mazinha...

 

Muitas pessoas vão descobrir que afinal não são assim tão interessantes.

 

A interação nas redes sociais disparou (este também vai para os construtivos, porque tem dois lados).

 

Atenção à fogueira da vaidade nos desafios que por aí correm.

 

A sério, ninguém quer saber dos vossos exercicios, uma pessoa segue as páginas dos ginásios (parabéns ao meu que se organizou muito bem) e fazemos as aulas e já está... Ficamos todos felizes que se organizem, mas as vossas stories *ver ponto anterior.

 

O número de divórcios vai aumentar, mas não se iludam, a culpa não é da quarentena, as relações já estavam condenadas.

 

Claramento os mais velhos estão a passar a sua fase de rebeldia. O carma é lixado. Os nossos pais estão a rir-se por dentro do nosso histerismo para eles ficarem em casa.

 

O mistério do papel há-de ser o mistério do ano, mas será que é uma metáfora para a cobardia do mundo?

 

 

16 de Março, 2020

Diário (em tempos de pandemia) | Diary (in pandemic times) #3

Ana Isabel Sampaio

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1º dia de quarentena: para prevenir o contágio: fique em casa, evito contacto humano e grandes aglomerações. Eu: andei a preparar-me a minha vida toda para isto.

2º dia de quarentena: sinto muito falta de pessoas e nem gosta assim tan delas no geral

3º dia de quarentena: (amanhã vai ser assim) muahhhh preciso de calor humano

Yap, afinal eu descobri que gosto de pessoas. Não que não gostasse de pessoas, gosto das minhas pessoas e da humanidade em geral, mas pessoas às vez irritavam-me, eu sei é confuso. Isto vai ser bonito ainda é só o terceiro dia e os parafusos já andam à solta. 

Sempre achei o sofrimento inútil. Não falo das dificuldades individuais que vamos passando no nosso caminho. Falo do sofrimento que enquanto coletivo infligimos não só uns aos outros, mas a outras espécies. Como se escolhe a ignorância e a letargia.... É isto que explica a minha dualidade com as pessoas.

 

A cabeça precisa de desanuviar e tenho de ver muitas coisas engraçadas para ir passando o tempo. As caminhadas na praia, as conversas, as coisas que nunca se tem muito tempo para fazer. Estou a adorar meditar sempre que me apetece.

A manhã começou confusa, não é nada fácil organizar trabalho remoto. Mas lá conseguimos. O facto de me ter organizado ajudou muito para restabelecer a calma.

Fico um bocado apreensiva com a ideia de ter de ir amanhã aos correios (tenho mesmo de enviar uma receita aos meus pais) e ao supermercado.

Sinto-te comovida por tudo de bom que tenho visto: bom-humor, correntes de solidariedade e as pessoas a perceberem o poder da união (mesmo que fisicamente separados). Estamos todos a perceber que há mesmo outra forma. Que os exageros a todos os níveis são mesmo isso, exageros. Que não precisamos de tantas coisas. Que o nosso corpo precisa de ser cuidado e a nossa alma também. Pela primeira vez temos tempo de sobra para refletir. Percebemos quem são as pessoas com quem queremos falar e estar. Percebemos que queremos ajudar, que nos queremos ligar. Prezamos mais que nunca a nossa liberdade. 

E falando de liberdade… imaginem todos aqueles que não a têm. Então porque fazemos dela um dado adquirido? Deviamos pensar nela todos os dias e agradecer.

Ate amanhã que está a começar a serie Cosmos...

 

1st day of quarantine: to prevent contagion: stay at home, avoid physical contact and large crowds. Me: I've been preparing for this my whole life.

2nd day of quarantine: I miss people a lot and I generally don't even like people

3rd day of  quarantine:muahhhh I need human contact

Yap, after all I discovered that I like people. Not that I didn't like people, I like my people and humanity in general, but people sometimes are annoying. I know it's confusing. This is promising, it is only the third day and the screws are already loose.

(we need humor right?)

I have always found suffering useless. I am not talking about the individual difficulties that we are going through on our path. I speak of the suffering that, as a collective we inflict not only on each other, but on other species. How sometimes people choose ignorance and lethargy .... This is what explains my duality with people.

The head needs to clear up and good humor helps also the walks on the beach, the conversations, the things you never have much time to do. I love to meditate whenever I feel like it....

This morning was confusing, it is not easy to organize remote work. But we did it. The fact that I got organized helped a lot restoring the peace of mind.

I am a little apprehensive about the idea of ​​having to go to the post office tomorrow (I really have to send a prescription to my parents) and to the supermarket and do an errand for my brother.

I am touched by all the good things I have seen: good humor, chains of solidarity and people realizing the power of unity (even if physically separated). We are all realizing that there is another way. That exaggeration at all levels is exactly that, exaggeration and some are just grotesc. That we don't need so many things. That our body needs to be taken care of and our soul needs too. For the first time, we have plenty of time to reflect. We realize who are the people we want to talk to and be with. We realize that we want to help, that we want to connect. We cherish our freedom more than ever.

And speaking of freedom ... imagine all those who don't have it. So why do we take it for granted? We should be aware of it every single day and be thankful.

See you tomorrow that Cosmos is starting.

15 de Março, 2020

Diário (em tempos de pandemia) | Diary (in pandemic times) #2

Ana Isabel Sampaio

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Ninguém acreditava muito que isto era possível. Todos vivíamos numa bolha. A Europa e o mundo está a levar uma grande lição de humildade. Esperemos que se aprenda rápido para não alastrar mais. Espero que agora sejamos todos mais conscientes e solidários com quem foge de situações complicadas. Que se deixe de lado o capitalismo desenfreado. Que, em casa as pessoas percebam que existe outra possibilidade, mais humana, mais natural, mais calma.

Domingo, quarentena ou não, é sempre uma dia mais relaxado em termos de horário, por isso, não acordei a tempo de ir caminhar à praia sem evitar possiveis aglomerados ou achei que era uma boa desculpa para a preguiça. (...)

Sinto que toda a gente está a ficar mais consciente de que é preciso ficar em casa e ter cuidado. Sinto uma crescente aproximação de pessoas, da solidariedade, do sentido de comunidade e é isso que me vou focar em fazer crescer. Têm sido dias de reflexão, sobre mim e sobre tudo.

Quanto ao processo, tenho refletido sobre a forma como tenho reagido. O medo, a agitação, a coragem, a solidariedade e principalmente o que é que isso significa para mim, ou melhor, qual é o meu contributo pessoal para tudo isso. Sabendo que todos todos o podemos fazer de uma forma diferente, própria e que a natureza é uma simbiose perfeita, como podem todas estas nossas formas diferentes se unir na perfeição? (...)

Será que estou assim tão "evoluída", à falta de melhor palavra?  Ainda tive medo, mais do que queria. Ainda deixei que as minhas emoções tomassem conta em certas circunstâncias. (...) Estou a perceber melhor como posso contribuir para o mundo. Sei que o palavra e a consciencialização e educação são no topo.

Todos nós passamos a perceber o medo de uma situação incontrolável. Todos, de uma forma ou de outra, estamos mais sensíveis. Todos percebem, de uma forma ou de outra, que somos tão parecidos e que a nossa individualidade é o que dá cor à manta de retalhos que nos aquece. As pessoas, as culturas, o mundo…

Amanhã pretendo organizar-me mais em termos de horários e tarefas, se não em vez de virose vou padecer de psicose.

PS- o quispo preto apareceu e só tinha passado por ele para aí 15 vezes.

(...)partes do texto omitidas por serem demasiado pessoais

 

No one believed that this could happene. We all lived in a bubble. Europe and the world is taking a great lesson in humility. Hopefully we will learn quickly so that it does not get worse. I hope that now everyone can be more aware and supportive of those who flee complicated situations. We are learning that unbridled capitalism is not the only way. People are realizing that there is another path, more human, more natural, more calm, more loving.

Sunday, quarantine or not, is always a more relaxed day in terms of schedule, so I didn't wake up in time to go walking on the beach without avoiding possible crowds or I thought it was a good excuse for laziness. (...)

I feel that everyone is becoming more aware that we need to stay at home and be careful these days. I feel a growing proximity between people, of solidarity, of the sense of community and that is what I will focus on in order to help it grow. These have been days of reflection, about me and everythinga nd I believe for everyone.

As for the process, I have reflected on how I have reacted to all that is happening. Fear, agitation, courage, solidarity and what does that mean to me, or rather, what can be my contribution to all of this. Knowing that we all can contribut in a different way and that nature is a perfect symbiosis, how can all of our different forms come together perfectly? (...)

Am I that "evolved", for lack of a better word? I was scared, more than I wanted to. I still let my emotions take over in wild ways in certain circumstances. (...) I am better understanding how I can contribute to the world. I know that writing and art and awareness and education are at the top of my list but how can it all come together?

We are all realizing the fear of an uncontrollable situation. Everyone, in one way or another, is more sensitive. Everyone realizes, in one way or another, that we are so alike and that our individuality is what gives color to the patchwork that warms us. The people, the cultures, the world ...

Tomorrow I intend to organize myself more in terms of schedules and tasks, if not, instead of a virus I will suffer from psychosis.

PS- the black parka reappeared and I only passed by it like 15 times.

(...) omited text due to being too personal for public display

 

15 de Março, 2020

Percebem...

Ana Isabel Sampaio

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Percebam porque é importante ficar em casa e conter a propagação...
Se o sistema de saúde não tiver capacidade de resposta as pessoas ficam com o tratamento comprometido ESCUSADAMENTE.
Esse é o problema. Isto não é só sobre nós mesmo é sobre os outros, é sobre todos.
É sobre responsabilidade social e civil, é sobre solidariedade, é sobre sentido de comunidade.
14 de Março, 2020

Diário (em tempos de pandemia) | Diary (in pandemic times) #1

Ana Isabel Sampaio

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Hoje é o meu primeiro dia de isolamento voluntário. Trabalho estive em contacto com muita gente por causa do meu trabalho e acho que é o responsável a fazer (mesmo tendo tido todos os cuidados). Felizmente a minha empresa decretou teletrabalho, um bom exemplo para muitas e as próximas semanas vão ser em casa sozinha (pelo mesmo até ter a certeza que não estou infetada)

Claro que pensar que estamos em casa de uma forma mais vinculativa do que uma escolha normal, torna as coisas mais difíceis. Mas também terá as suas oportunidades.

Dormi relativamente bem, o que já de si é uma novidade, talvez pela certeza que vou poder ficar em isolamento. Acordei calma, mas passados poucos minutos uma onda de pânico invadiu-me. Senti-me abalroada de emoções. Não estamos a passar, enquanto raça humana um período fácil, mas é hora de fazermos as escolhas certas e ficar do lado certo da história. 

Decidi ir à praia, mas calma, fi-lo de uma forma diferente do meu habitual e responsável.

Meditei, acalmei e vesti-me, o meu quispo preto decidiu isolar-se também em parte incerta.

Era cedo, por isso sabia que não ia estar muita gente. Confirmou-se. Muito pouca gente, caminhavam ou corriam e percebia-se que mantinham distância. Levei o carro até à marginal para evitar cruzar-me com pessoas pelo caminho e caminhei na areia, na praia grande que estava deserta.

A quantidade de plástico e micro plástico na praia também é assustadora. O castelinho mantém-se firme e com a famosa frase fuck the police, continua o símbolo da nossa resistência (stick it to the man :) ).

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Nas escadas cruzei-me com um cão muito simpático e a sua dona, trocamos palavras cordiais, eu assegurei que o cão não tinha incomodado (como se isso fosse possível por parte de um canito :)) eu cá em baixo ela lá em cima e, foi engraçado, na hora de passarmos uma pela outra cada uma chegou-se para uma ponta. É isto pessoal.

A certa altura do dia, já mais para o fim da tarde, percebi que ainda não tinha parado de fazer coisas. Quase todas em modo automático, estava a manter-me ocupada só para não ter de pensar muito em tudo, especialmente numa irritação que me ia subindo quando ia percebendo a dualidade de atitudes no meio de tudo isto. Decidi que vou tentar não me irritar mais e aquilo que me irrita ou magoa na atitude de uma parte da população tornar em informação positiva e útil. 

Não podemos ceder ao medo e à separação.

Fiquem em segurança e até amanhã. 

PS - O quispo preto continua desaparecido...

Saí à rua para pôr o lixo, não vi carros, não ouvi carros, nem na avenida movimentada aqui ao lado. Pensei, que bom. Ouvi o mar, não sabia que conseguia ouvir o mar daqui.

 

Today is my first day of voluntary isolation. I have had contact with lots of people because of my work and I think it is the responsible thing to do (even though I have followed every safety rule). Fortunately my work place is allowing us to work from home, a good example. The next few weeks are going to be at home alone (at least until I'm sure I'm not infected). 

To think that one has to stay at home in a more binding way than just a normal choice, makes things more difficult. But we have to also see the opportunity in it (since there is no other way).

I slept relatively well, which is already a novelty, perhaps for the certainty that I will be able to remain in isolation. 

I woke up calmly, but after a few minutes a wave of panic invaded me. I felt overwhelmed with emotions. We are not going through an easy period as a human race, but it is the time to make the right choices and be on the right side of history.

I decided to go to the beach for a walk (calm down people - I did it in a responsible way).

I meditated, calmed myself down and dressed, my black parka decided to also isolate itself in an uncertain part

It was very early, so I knew there wouldn't be many people. And so it was. Very few people walking or running and it was clear that they kept their distance. I took the car to avoid running into people on my way (I usually walk to the beach). I walked on the sand, on the large deserted beach.

The amount of plastic and micro plastic on the beach is also very very scary. The little castle remains firm and with the famous fuck the police, it remains the symbol of our resistance (stick it to the man :)) But in this case, please follow the authorities advices and stay safe. 

On the way out on the stairs I came across a very nice dog and its owner, we exchanged friendly words, I assured that the dog had not bothered me (as if it were possible doggo bother me :)) me downstairs the lady upstairs and when we passed by each other we passed as much further apart as possible :) but in a good safe way as people who are conscient. 

At a point during the day, towards the end of the afternoon, I realized that I still hadn't stopped doing things automatically keeping myself busy just so I wouldn't have to think much. I was getting really irritated about the duality of attitudes in the middle of this pandemic. 

So I decided that I will try not to get angry anymore and what irritates or hurts me in the attitude of a part of the population I will turn it into positive and useful information.

We cannot give in to fear and separation.

Stay safe. See you tomorrow.

 

PS- Black parka still missing...

I went outside to take the garbage no cars, no noise, not even afar, I could hear the sea. I didn't know I could here it from here.

10 de Março, 2020

Pensamento aleatório despregado #53

Ana Isabel Sampaio

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Só espero que o formato do hospital de campanha do INEM tenha sido propositado, sabem, para f... o virús (desculpem estar brejeira hoje, mas era fácil demais para não a fazer a piada). É que se foi propositado recupero logo a minha fé na humanidade.

Ela não anda lá por aí além (a minha fé na humanidade e a própria humanidade). Claro que ontem vi o primeiro episódio da segunda temporada de Cosmos e dá alguma esperança, mas verdade seja dita, a inteligência não é assim tão bem distribuida quanto isso. Pior, a ignorância é por escolha. Não sei. Se eu fosse Deus, era extinção na certa, houve claramente uma falha na distribuição de inteligência e bom senso, deixava os elefantes e os Koalas como especie dominante, resultado - fofura absoluta.

08 de Março, 2020

Jantares do Dia da Mulher - sim ou não? | International Women's Day

Ana Isabel Sampaio

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Jantares do Dia da Mulher - sim ou não?

Andei a pensar sobre isto (mas só porque veio em tema de conversa). Claro que, como tudo um pouco na vida, isto vai mais além dos jantares.

Pessoalmente, acho parvo. Acho que podem ser armadilhas. Como? Ora, muitos desses jantares são de pessoas que, só têm esse dia para extravassar (por diversas razões) e é aqui que está a armadilha. De que serve um jantar se depois tudo volta ao normal? Parece um bocado um osso que se atira a um caozinho para o calar (sim, foi forte, mas a questão da igualdade de género é forte). 

Que interessa jantares e flores, se depois não se debate e discute o que é realmente importante. Nada cntra jantares e momentos alegres e de partilha, mas neste caso tem de se ir mais além.

Quando é preciso uma Dia da Mulher, da criança, da consciencia negra e por aí adiante é porque muito ainda há a fazer nos direitos e nas consciências.

O Dia Internacional da Mulher existe porque:

- ainda existem disparidades salariais;

- ainda existe mutilação genital (na Europa inclusivé);

-  ainda existem dualidade de critérios;

- a violência contra as mulheres é elevada;

- misoginia e machismo fazem a sua aparição quase diária em pequenas coisas;

- em muitos países mulheres continuam a ser vistas como produtos que se podem comprar e trocar;

- pelo medo e cuidado extra que todas as mulheres ainda têm de ter no seu dia a dia;

- porque as mulheres continuam a ser culpabilizadas por agressões que sofrem;

- objetificação;

- em alguns países mulheres seminuas em publicidade está bem, mas mães a amamentar em público dá direito a insultos;

- ...

 A lista continua...

Por isso, não é preciso debater, falar, consciencializar... Para que que a igualdade não se resuma a umas horas num jantar, mas sim numa sociedade mais justa.

 

Women's Day dinners - yes or no?

I've been thinking about this, ff course, as everything in life, this goes beyond a simple dinner. Personally, I think is silly and it can be a trap. How?

What's the use of dinner if everything goes back to be the same the day after? It looks a lot like a bone that it's thrown at a dog to shut it up (yes, it was strong statement, but the issue of gender equality is strong). What interest has a dinner or flowers, if there is no debate and discussion of what is really important. Nothing against dinners and happy moments and sharing, but in this case you have to go further. When there is a need for a Women's Day, for children's day , for a black conscience day  and so on, it is because there is still a lot to do in matter of rights and consciences.

International Women's Day exists because:

- wage disparities still exist;

- genital mutilation still exists (in Europe inclusive);

- dual criteria still exist;

- violence against women is high;

- misogyny and machismo make their appearance almost daily in small things;

- in many countries women continue to be seen as products that can be bought and exchanged;

- for the fear and extra care that all women still have to have in their daily lives;

- because women continue to be blamed for the aggressions they suffer;

- objectification;

- in some countries half-naked women in publicity isfine, but mothers breastfeeding in public are shamed

- ...  

The list goes on ...

Therefore, there is the need to debate, talk, raise awareness ... For a more just and equal society.

 

 

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