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O lápis que vê

O lápis que vê

31 de Janeiro, 2020

A coisa não vai correr bem.

Ana Isabel Sampaio

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Era daqueles momentos estranhos. Não se sabia bem a emoção que estava no ar. A atmosfera era sufocante, mas sem razão aparente. O dia tinha começado normal. A rotina tinha sido normal e as pessoas pareciam todas… normais.

Mas não estava, não era e não parecia nada normal.

Desceu devagar as escadas como quem observa um minuto a mais do que se esperaria. Fez o trajeto habitual devagar.

Divagou pelos pensamentos, mas nenhum concreto. 

A coisa não vai correr bem.

30 de Janeiro, 2020

Os adios

Ana Isabel Sampaio

Tenho de parar de me adiar.

Escolho parar de me adiar.

Adiar a beleza.

Adiar a escrita.

Adiar o dia.

Adiar a meditação.

Adiar o acordar.

Entre adios por um dia melhor, mais propício, entre o guarda para a melhor ocasião vão-se perdendo anos adiados.

Escolho o agora, não adio mais. Vou pintar as unhas e o caderno, mesmo que a aguarela fique esborratada. Vou gravar, mesmo que a voz trema e não seja ainda a minha voz.

Vou escrever mesmo que seja mau. Encontro assim o meu lugar no mundo, mesmo que esse lugar seja pelo mundo, aqui e ali. Espalhada, porque o meu coração é grande.

Vou ler agora.

Vou dizer agora.

Vou sair agora.

Vou olhar agora nos olhos de todos.

Porque já sabemos, que muitas vezes, depois, torna-se nunca.

23 de Janeiro, 2020

O Amor tem de ser assim - selvagem

Ana Isabel Sampaio

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O Amor tem de ser selvagem.

Selvagem. Não como a guerra e a violência e as matanças (sejam elas de que tipo forem). Não como as dores, a deslealdade e a feiura.

Mas selvagem como a savana. Como as florestas luxuriosas, como os rios frescos. Como as raposas, os leões e os pinguins. Como as obras de arte.

O Amor tem de ser selvagem como a verdade, como a pureza, como a inocência.

Selvagem como a alma humana.

Selvagem como dois seres que se entregam e se transbordam. Que se cheiram, até do outro lado do mundo. Que se sentem no ar, na vida, em todo o lado.  Que se pressentem.

Selvagem como o sol e a lua.

Selvagem como a doçura.

Selvagem como a beleza e como toda a beleza deve ser – selvagem.

Selvagem como a força da vida que cria e recria e se reinventa nesse estado puro.

O Amor selvagem só pode chegar em estado puro. É a única forma em que existe e persiste… na pureza.

O Amor selvagem é simples como todas as grandes verdades do mundo. Tão simples que até pode  ser incompreendido pela sua intensidade, para quem está habituado só ao morno. Passa despercebido, porque chega a passar por loucura, quando é a única sanidade.

Mas, quando duas almas selvagens de se encontram, param, olham e se reconhecem a selvageria toma a sua forma mais pura: a liberdade de querer ficar. De chegar a casa. Do conforto (mas não do conforto incomodo e melento que causa atrito e atrasos). Das possibilidades. Da amizade e do companheirismo. Da loucura. Da liberdade de ser total e ser sem medo total e entregue. No inusitado. No sonho e na realidade.

Essas almas selvagens existem. Estão por aí pelo mundo reconhecem-se e são reconhecidas, às vezes são temidas e injustiçadas. E as relações selvagens chegam a ser incompreendidas pelos demais. Mas a faísca que provocam é impossível de esquecer. 

12 de Janeiro, 2020

Pensamento aleatório despregado #48

Ana Isabel Sampaio

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Nunca percebi muito bem aquela frase de: se uma porta se fecha não era a tua porta, ou abre-se uma janela ou lá como é que é ao certo...

As portas não foram feitas para serem abertas e fechadas? Não é esse o objetivo? Tudo bem que a frase é metafórica, mas ainda assim...
Se uma porta se fechar, pode-se sempre tentar abrir de novo, ou bater e ver se alguém abre... Se calhar nem foi fechada de propósito, pode ter sido uma corrente de ar... Uma pessoa sabe lá...

Bem, na verdade até sabemos e que algumas mais vale ficarem fechadas, mais vale...

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