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O lápis que vê

O lápis que vê

30 de Agosto, 2019

Há vida antes da morte?

Ana Isabel Sampaio

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Há vida antes da morte?

E já agora, vamos todos morrer, tinha de vos dar esta novidade.

Não é novidade, eu sei, mas parece.

Leva-se a vida demasiado a sério. Não quero dizer com isto que devemos descurar ou fugir das responsabilidades, ou descartar-nos de ser honestos, de fazer o que é certo, de nos importarmos ou ter planos e objetivos, ou de isto servir de desculpa para fazer coisas menos  próprias ou corretas.

Refiro-me a viver de coração.

Já sei o que estão a pensar: Oh Ana Isabel que clichê...

Primeiros os clichês existem por algum motivo e segundo, se é clichê, é só da boca para fora. 

Viver de coração não é viver à mercê das vontades e humores alheios, sujeitos a tudo um pouco, inclusivé a crueldades. É ter peito suficiente para dizer isto não é para mim, ou isto é para mim, eu não aceito isto. É ter a capacidade e a coragem de assumir o que se quer. Sem invadir, sem colocar responsabilidade em mais ninguém que não seja em nós próprios.

E se fizermos figuras tristes?

E se nos expressamos e formos rejeitados ou ignorados ou... ou... ou...

Eu tenho uma pergunta para isso...

E quê?

Vamos todos morrer. Vale a pena viver a vida com medo de falar, de expressar, de tentar? 

Vamos todos morrer, mas só alguns vão viver de verdade.

De que serve levarmos a vida meio adormecidos? De que serve guardar o melhor para depois? De que serve viver de "e ses"? O tempo vai passar...um mês, um ano, dois anos, cinco anos... e depois sabem o que vai acontecer? Vamos todos morrer. Vai chegar uma altura, mais à frente, em que aquele medo nos vai parecer ridiculo... e se eu tivesse dito, feito, tivesse tido coragem para?... mas aí não vai haver mais tempo e vamos perceber que todos esses medos, preconceitos, ansiedades e todas as minhocas e ideias pré-concebidas que serviram para nos limitar poderiam ter sido momentos de Amor, de alegria, de partilha, cumplicidade, de êxtase... momentos em que nos poderiamos ter sentido verdadeiramente vivos, com sangue a correr nas veias... E não falo daqueles momentos especiais como aquela viagem ou o que seja, falo das escolhas do dia a dia. 

A vida faz-se de agoras.

Ok, e se correr mal?

Mas... e se correr bem? 

Vamos empatando os dias com horas extra e tarefas sem fim, só para nos mantermos ocupados, porque sim. Vamos empatando pessoas, porque a relação até está a correr. Vamos empantado a vida com desculpas...

Não nos podemos deixar sentir encurralados.

E vai haver um momento que não há mais vida, não sei se vos disse, mas... vamos todos morrer. 

O melhor momento é agora.

O momento certo é agora.

12 de Agosto, 2019

Quando decidimos ser felizes?

Ana Isabel Sampaio

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Decidi ser feliz há algum tempo. Decidi que essa felicidade não iria depender de nada nem ninguém, além de mim.

Quer isso dizer que não quero ninguém? Que deixei de ter chatices ou coisas más na vida? Que deixei de querer fazer coisas e ter objetivos?

Não, não, e não. (Até já tive informações bem traumáticas depois dessa decisão).

Significa só que não ponho a responsabilidade da minha felicidade nas mãos de ninguém. 

É complicado eu sei, porque somos condicionados desde muito novos a achar que precisamos de uma serie de coisas para ser felizes e estarmos bem. Quando na verdade estar realizado e feliz são coisas que só podem vir de nós. A nossa vida é medida em quanto damos, o resto compõe-se. Desde pequenos que somos acondicionados a achar que só recebemos Amor se fizermos e nos comportamos assim ou assado. Só somos dignos se tivermos isto ou aquilo. E passamos a vida em piloto automático a perseguir coisas que nunca paramos para pensar se queremos verdadeiramente. 

Tudo isso começa a povoar depois a nossa vida tomando formas várias: doenças, acidentes, relações vazias ou cheias de frustrações que insistimos em cultivar, porque achamos que é a forma de nos salvarmos a nós próprios e acabamos por deixar morrer tudo aquilo que nos faz sentir vivos e alegres, e felizes. 

Escondemos condicionamentos em vícios e compulsões (de maior ou menos dimensão), numa tentativa vã de preencher um vazio, mas já todos conhecemos a expressão: podes fugir mas não te podes esconder.

Temos de tomar responsabilidade pelo que nos vai acontecendo. Não é nossa culpa muitas das coisas "más" que nos acontecem, mas é nossa responsabilidade o que fazemos com elas.

Queremos  continuar a ser vitimas e coitadinhos ou queremos tomar as rédeas?

Basta termos a humildade de olhar para dentro...