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O lápis que vê

O lápis que vê

29 de Outubro, 2018

Pensamento aleatório despregado #18

Ana Isabel Sampaio

Pensamento aleatório despregado.jpg

 

Há uns tempos fui ver a exposição da Frida Kahlo, não guardo segredo o quanto a sua vida e o seu trabalho me toca. Mas acima de tudo toca-me que, apesar de todo o sofrimento, ela diz-nos que só o Amor pode salvar o mundo. Esta é a conclusão que, muitos ao longo dos tempos e do mundo e eu própria, chegamos. Como todas as conclusões e ideias, ninguém pode sentir e concluir por ninguém. Este é um processo individual.

Só há duas coisas a fazer com a dor e o sofrimento: ou se faz um trampolim de ascensão ou um poço de culpa, medo e vitimização. O paralelo do mundo interior dos humanos, tem o seu reflexo no caos do mundo exterior da humanidade. Não acho que as coisas estejam a ficar piores, acho que simplesmente estão a vir à luz. Não acho que haja mais maldade, acho que estamos no meio de uma revolução de consciência, de uma menos elevada para uma mais luminosa. Isso implica mudança, a mudança é sempre precedida de um pouco de caos.

Irrita-me, no entanto, que se censurem exposições de arte, formas de ver sensíveis e belas, como foi o caso da polémica em torno das fotografias do Mapplethorpe e que a ignorância e preconceito andem de asas soltas por aí. Mas, mais uma vez reforço que não acho que haja mais, acho que cada vez mais estes movimentos se sentem validados e, se há uns tempos, ainda havia vergonha de ser preconceituoso, essa vergonha tem-se esbatido, especialmente aqui em Portugal.

Mas há um grande grupo de pessoas, que cresce a cada dia que não se deixa vencer. Que faz a cada palavra, gesto e ação, que faz da sua vida uma forma de mudança. Pessoas que não se deixam intimidar, que já não acreditam em tudo o que se diz, que não se deixam conformar. Que acreditam mesmo que o mundo pode ser melhor e que por isso deixam o mundo melhor À sua volta e vão criando círculos cada vez maior de Amor e doçura, deixam um rasto de luz que cada vez mais gente vai seguindo…

25 de Outubro, 2018

I had to...

Ana Isabel Sampaio

I had to let go of people I wanted to keep forever.

It has become my biggest strength and the key to my soul freedom. If you understand that you have to give people the space and respect to follow their path even if it leads astray from you, you understand that you have to give yourself the same respect and space.

Understand that love is all mighty and ever lasting and cannot be encompassed or restrained. It flows everywhere. It never ceases. It finds new ways of expression.

So don’t waste my time with petty things...  Anything that is not soulfull is not enough...

(Desta vez é só em inglês. O meu cérebro deriva vezes demais nessa língua e há expressões que fazem tão mais sentido…)

25 de Outubro, 2018

Toda e qualquer... | Any...

Ana Isabel Sampaio

Toda e qualquer relação que possa ser arruinada por ter uma conversa acerca dos teus sentimentos, emoções, limites, padrões e|ou expectativas nunca foi estável o suficiente. Abrir o coração com confiança deve ser recebido como uma bênção e não uma ameaça.

Any relationship you have that could be ruined by having a conversation about your feelings, standarts, boundaries and|or expectations wasn’t really stable to begin with. Pour your heart open with trust should be received as a blessing and not as a threat.

25 de Outubro, 2018

Sobrecarregado? | Overwhelmed?

Ana Isabel Sampaio

Não é novidade que o ritmo de hoje em dia é alucinante. A quantidade de coisas a que se tem de dar resposta chega a ser surreal. Sem falar que se espera que as pessoas vivam como robots – como se não tivessem emoções, sentimentos e necessidades básicas.

Também não é por acaso que, de tudo isto, está a ganhar força um movimento, ou uma forma de estar na vida diferente, uma revolução silenciosa e discreta de volta às origens, de religação ao coração, a uma forma mais simples de vida, mais bonita e calma, onde a criatividade individual é respeitada e os ritmos de cada um se juntam e interligam formando bonitos padrões de relações e vida.

Há um perigo real de não parar, de estar sempre em piloto automático. A síndrome de burnout é cada vez ais frequente. Muitas vezes até incompreendido, porque, aparentemente a pessoa “até tem tudo…” Tem tudo menos ligação à sua alma.

Quais são os sintomas aos quais devemos estar atentos:

- Dificuldade em dormir ou dormir muito;

- Cansaço constante, independentemente da quantidade de descanso (não é o corpo que está cansado, é a alma);

- Falta de energia;

- Perda de apetite ou comer exageradamente;

- Dificuldade de concentração;

- Falta de motivação;

- Muito temperamental ou emocional (não que haja nada de errado com emoções ou senti-las, pelo contrário, mas se houver um excesso é sinal de desequilíbrio);

- Sensações corporais variadas: dores de cabeça, suores, boca seca, cansaço, enjoos, tremores, sensação de sufoco, tensão especialmente nas costas e pescoço, palpitações, dores de estomago, falta de força nas pernas, sensação de picadas.

O que se pode fazer:

- Instituir uma rotina, nomeadamente de sono, dormir num ambiente tranquilo sem excesso de informação;

- Ir para a cama a uma hora razoável;

- Praticar exercícios de relaxamento e respiração consciente;

- Comer conscientemente e saudável;

- Estabelecer uma rotina e horário para comer;

- Praticar exercício física adequado à personalidade e ao corpo;

- Fazer uma coisa de cada vez e dividir tarefas em tarefas mais pequenas;

- Estabelecer listas e planos de ação para ser mais fácil a organização mental;

- Tirar tempo para estar consigo mesmo;

- Auto-cuidado;

- Meditação;

- Partilhar e falar com um amigo de confiança;

- Procurar terapia se for o caso, hoje em dia já há uma vasta oferta do tradicional ao holístico, deve é ser tido em conta cada necessidade, a seriedade do profissional e como nos sentimos nessa terapia;

- Rir muito, rir é sempre o melhor remédio. O humor pode salvar o mundo…

 

The pace of todays world is overwhelming. The amount of things that one has to answer is surreal. Not to mention that people are expected to live like robots - as if they don't have emotions, feelings and needs...Nor is it by chance that, from all this, a movement, or a way of living that is gaining momentum... a silent and discreet revolution back to the origins, a reconnection to the heart, a simpler way of life, more beautiful and calm, where individual creativity is respected and the rhythms of each one come together and interconnect forming beautiful patterns of relationships and life.There is a real danger in not stopping, of always being on autopilot. Burnout syndrome is becoming more and more frequent and often misunderstood specially with people that apparently  "has everything ..." It has everything but connetion to ones soul.

What are the symptoms to watch out for:- Difficulty sleeping or sleeping a lot;- Constant fatigue, regardless of the amount of rest (it is not the body that is tired, it is the soul);- Lack of energy;- Loss of appetite or overeating;- Difficulty concentrating;- Lack of motivation;- Very moody or emotional (not that there is anything wrong with emotions, on the contrary, but if there is an excess is a sign of imbalance);- Various body sensations: headaches, sweating, dry mouth, tiredness, feeling sick, tremors, feeling of suffocation, tension especially in the back and neck, palpitations, stomach pains, lack of strength in the legs, sting sensation.What can be done:- Establish a routine, namely a sleeping one, sleep in a quiet environment without excessive amount of information;- Go to bed at a reasonable time;- Practice relaxation exercises and conscious breathing;- Eat consciously and healthy;- Establish a routine and a time todo the meals;- Practice exercise appropriate to the personality and the body;- Do one thing at a time and divide tasks into smaller ones;- Establish lists and action plans to make mental organization easier;- Take time to be with yourself;- Self-care;- Meditation;- Share and talk with a trusted friend;- Seek therapy if needed, nowadays there is a vast offer from traditional to the holistic therapies, it must be taken into account every need, the professionalism and how we feel in this therapy;- Laugh a lot, laughing is always the best medicine. Humor can save the world ... 

23 de Outubro, 2018

Nós merecemos, o mundo precisa | We deserve, the world needs it

Ana Isabel Sampaio

Amor próprio não é só massagens, máscaras faciais e banhos de espuma, e dar miminhos a nós próprios porque merecemos, mais chocolate quente.

Sim, nós merecemos isso tudo. Mas que não caiamos na armadilha de achar que é só isto.

Amor próprio é chegar e encarar a sua própria merda, encarando as falhas e os defeitos e ainda assim, encorajando-se a cada dia a ser melhor, a fazer melhor. Amor próprio também é auto perdão. Amor é expressão.

Porque nós merecemos e o mundo precisa de mais amor próprio.

 

Self-love is not only massages, facials and bubble baths and giving gifts to ourselves because we deserve and top it with hot chocolate.

Yes, we do deserve all of this. But don’t fall for this trap of thinking that this is it.

Self-love is also owning your shit, facing your flaws and encouraging yourself to be better, to do better each day. Self-love is also self-forgiveness. Love is expression.

Because you deserve it and the world needs it.

22 de Outubro, 2018

Intensidade?!

Ana Isabel Sampaio

Porque é que as pessoas têm medo da intensidade?

Porque escolhem ser medianamente felizes?

Porque se constroem muros altos? Basta olhar à volta para perceber que os muros do coração estão refletidos nos muros dos quintais, nas varandas fechadas… no decorrer morno dos dias em que não se permite que uma emoção mais forte nos invada… nos faça perder o controlo... e pensar nesse risco de poder ser magoados para além do curável…

Há dores que nos parecem demais… que nos parecem além da nossa capacidade… perante essas só temos duas escolhas: ou deixamos que a dor nos transforme ou deixamos que a dor nos afunde.

A grande questão é: valerá mesmo a pena viver evitando que tal coisa nos aconteça? Não será a dor da contentação mediana pior? Não será a sensação de vazio que se vai mascarando... um sabor mais azedo do que o risco?

21 de Outubro, 2018

O mito de Ishtar: a descida| The myth of Ishtar: the descendant

Ana Isabel Sampaio

História é uma das minhas grandes paixões. Mitologia uma das minhas grandes curiosidades. Não acredito que a nossa civilização seja a mais avança que já pisou esta terra, nem de longe. Podemos ter a tecnologia, mas falta muita outra coisa. Basta olhar à nossa volta para ver que informação e conhecimento são diferentes de sabedoria.

Gosto de vasculhar histórias antigas e perceber como se podem relacionar com a evolução da alma humana, quer a título individual quer enquanto civilização.

Estamos mais desconectados do que nunca da natureza. Recusamos os ciclos naturais como se fossem uma praga para a qual temos de arranjar solução. Fazemos deles nossos inimigos, algo a combater e diariamente administramos a nós próprios remédios que nos entorpecem. Vamos ficando num conforto descontável que é como o melhoral, nem faz bem, nem faz mal. Pelo menos durante um tempo, porque depois este conforto desconfortável vai entranhando, vai contaminando tudo discretamente… e aí toma-se decisões ou se continua a fingir ou se decide evoluir (é um bocado como a evolução dos super guerreio do Dragon ball… e agora estamos todos a cantar a música mentalmente).

Hoje quero falar da história de Ishtar. A deusa suméria do Amor. Equivalente a Vénus ou Afrodite, mas muito mais poderosa. Era também venerada pelos guerreiros que se inspiravam no seu poder, na sua energia e no seu poder de conciliar opostos, de cura e regeneração (não é por acaso que é a deusa do Amor). Os anos e as civilizações foram tornando as figuras de referência femininas desenxabidas, aborrecidas e sem um papel verdadeiramente diferenciador. Mas basta uma pequena pesquisa por civilizações antigas para perceber que as deusas e mulheres eram veneradas de outras formas. Eram mulheres fortes e vulneráveis, que hoje em dia nos parassem paradoxos irreconciliáveis, mas não são. Eram mulheres plenas da sua sexualidade, que consideravam sagrada. Gosto sempre reforçar que, não só a essência feminina foi distorcida, mas também a essência masculina. Estamos num ponto em que temos de resgatar as essências e encontrar o equilíbrio.

Ishtar deu origem a várias tradições que ainda se mantêm nos nossos dias como a dos ovos na Páscoa. Muito se pode contar sobre esta deusa, mas a história que hoje quero contar é a da sua descida ao submundo para salvar o seu amado.

Parte I: A Descida The myth of Ishtar: descendant and ascension to the self underworldPart I: The Descendant5d9c6fec85d04eb92c4e604d1e648ee6

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