Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O lápis que vê

O lápis que vê

06 de Agosto, 2018

Ainda sobre comunicação... | Still, about communication...

Ana Isabel Sampaio

Aquele velho ditado: para bom entendedor meia palavra basta é muito dúbio. Muiiiitoo mesmo. Voltamos outra vez a fazer outsourcing emocional. Criar expectativas e tudo o resto que vem com isso.

Não é obrigação de ninguém imaginar ou tentar adivinhar o que estamos a sentir ou pensar, o que queremos ou não dizer.

Vou repetir: não é obrigação de ninguém imaginar ou tentar adivinhar o que estamos a sentir ou pensar, o que queremos ou não dizer.

É nossa “obrigação” (ponho entre aspas, porque nunca acho que tenhamos obrigação de nada, tudo é uma escolha, mesmo aquilo que não parece), expressarmos da melhor maneira possível e que sabemos o que queremos, o que sentimos e o que está a acontecer. Esperar ou querer que os outros adivinhem é uma armadilha muito grande.

Ficaram com dúvidas? Perguntem.

Querem alguma coisa? Peçam.

Ficaram magoados? Digam.

Gostam? Expressem.

Não estejam à espera que as outras pessoas por magia percebam. Todos temos inseguranças e dúvidas e, muitas vezes, todos ficam à espera que sejam as outras pessoas a tomarem o primeiro passo e depois entra-se numa roda viciosa que dificilmente terá fim. Estragam-se amizades e relações.

Se expressarem da forma melhor que sabem o que vos vai na alma, nunca vão ficar com a sensação de: se calhar podia ter feito mais. Quando pomos as cartas na mesa, assumimos o nosso poder e responsabilidade perante as situações. Não temos poder sobre o que vai acontecer, mas podemos decidir a partir daí e da reação dos outros.

Fomos condicionados desde pequenos na área da comunicação e em outras, a esperar que alguém nos venha suprimir e “salvar”, isso não vai acontecer, porque todos estamos a lutar batalhas silenciosas.

Cabe sempre a alguém quebrar o ciclo. Sejam vocês!!

....

We have an old saying that goes something like: for a good listener a half world word is enough. As you can imagine this is dubious, veryyy dubious as we go back to doing emotional outsourcing once again and create expectations and everything else that comes with it.

It is not anyone’s duty to imagine or try to guess what we are feeling or thinking, what we want to say or not.

Al repeat: it is not anyone’s duty to imagine or try to guess what we are feeling or thinking, what we want to say or not.

It is our "obligation" (I put it in quotation marks, because I never think we have an obligation to anything, everything is a choice, even that which does not seem like one) to express ourselves in the best way possible. To know what we want, what we feel and what is happening. Waiting or wanting others to guess it is a very big trap.

Do you have doubts? Ask.

Do you want something? Ask.

Were you hurt? Say it.

Like? Express it.

Do not expect other people to by magic notice it. We all have insecurities and doubts, and often everyone is waiting for other people to take the first step and then we enter a vicious circle that will have no end.

Friends and relationships break down.

If you express the best way you know how what's going on in your soul, you'll never get the feeling that maybe you could have done more.

When we put the cards on the table we assume our power and responsibility in the situations. We do not have power over what will happen, but we can decide from there and from the reaction of others.

We have been conditioned from childhood and society around ​​communication and in other areas, to wait for someone to suppress our needs and "save" us somehow. This will not happen, sorry but it won’t because we are all fighting silent battles.

It's always up to someone to break the vicious cycle. Let it be you!

 

02 de Agosto, 2018

Pensamento aleatório despregado #11

Ana Isabel Sampaio

Pensamento aleatório despregado.jpg

 

Porque é que quando um homem bonito assume que é gay de repente passa a ser um desperdício? Isto vem a propósito de uma amiga que fez o comentário em relação a um ator bem giro. Continua a ser giro de morrer, continua a ser bom ator e fonte de inspiração? Porque é que de alguma forma se deixa que a orientação sexual das pessoas influencie a nossa perceção de beleza? Eu não me sinto minimamente atraída por mulheres, mas, no entanto, isso não me impede de ver e apreciar a sua beleza e até sentir-me inspirada por ela.

Eu sei, lá estou a eu a esmiuçar os pormenores, mas são nestes pormenores que se revelam e perpetuam preconceitos.

As escolhas pessoais que não afetam a mais ninguém a não ser a própria pessoa, perdoem-me a redundância, não deveriam afetar a nossa perceção de beleza ou merecimento de admiração em relação a alguém. Só porque um homem é gay, não quer dizer que eu o deixe de perceber como atraente e isso é só isso.

Temos mesmo de deixar cair todos os estereótipos. Todos mesmo… Conceitos, preconceitos e rótulos… E sim, morder a língua sempre que alguma coisa deste tipo nos escapa. Porque escapa a todos, porque todos temos os nossos preconceitos e é importante estarmos alerta para eles para que não se tornem tóxicos ou prejudiciais para os outros e para nós próprios.