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O lápis que vê

O lápis que vê

21 de Julho, 2018

Pensamento aleatório despregado #10

Ana Isabel Sampaio

Pensamento aleatório despregado.jpg

 

Dizerem: não és como as outras não é um elogio (ou outras derivações que não andam muito longe disto). Lamento, mas elogiar-me diminuindo outras mulheres não é elogio. É uma espécie de micro misoginia disfarçada de elogio. Já há algum tempo quero desabafar isto. Todos nós sabemos que esta expressão tem uma conotação negativa (para as supostas outras). Os homens não são todos iguais e ninguém é como as outras, porque ninguém é como ninguém. Fico sempre com a ideia de quem diz estas coisas, estes lugares comuns, não tem muito para dizer ou conversa para desenvolver, ou se calhar não sabe o que dizer, mas por favor, comecemos a pensar em algo mais construtivo. Querem elogiar, prestem atenção ao que realmente merece ser elogiado.

20 de Julho, 2018

A vida, o plástico e não só...

Ana Isabel Sampaio

Finalmente, ou mais uma vez, a quantidade absurda de plástico que usamos está na ordem do dia e sugestões aparecem por todo o lado. Toda esta moda só peca por ser  tardia.

Tenho a ideia que,  muitas vezes, não se fazem mudanças, porque as pessoas estão tão adormecidas e tão na sua zona de conforto que acham que para ela acontecer  tem de se fazer coisas grandiosas.

Coisas práticas que eu faço (logo atesto que são fáceis e eficazes):

Não uso palhinhas (nunca)

Uso guardanapos de pano sempre que possivel

Uso copos reutilizáveis e garrafa de água também reutilizável

Separo o lixo

No supermercado, saco reutilizável claro e uso o mínimo de sacos de plástico para embalar, por exemplo, vou pondo no mesmo saco as coisas e separo na caixa. Tenho cuidado e escolho coisas que não estejam demasiado embaladas.

Reduzo ao mínimo a compra de comida processada

Já fiz a minha encomenda de escova de dentes com cabo reutilizável

Compro marcas ecologicamente conscientes (temos de fazer alguma pesquisa ou ir a locais que sabemos que só vendem deste tipo de produtos, e não, não é mais caro)

Substituí o algodão por discos que fiz a partir de tecido de toalha (não tenho o crédito desta ideia, apesar de ser simples e genial, vi na internet)

Para as mulheres, tampões orgânicos (muito mais saudáveis) e copo menstrual (ai que horror Ana, estás  falar disso assim, sim, estou, é uma coisa normalíssima, acontece todos os meses e as mulheres deviam resgatar a ligação com o seu ciclo e com o seu corpo, conhece-lo e entende-lo)

Fiz uma limpeza nos produtos que usava e reduzi ao essencial (incrível a quantidade de coisas inúteis que vamos juntando), sim, pode dizer-se que aderi um pouco ao minimalismo e é realmente libertador

Uma pesquisa rápida e uma olhadela è nossa volta e muitas ideias vão surgir...

 Imagem: PinterestTradução: É só uma palhinha, disseram 8 biliões de pessoas.

19 de Julho, 2018

Como quebrar o ciclo??

Ana Isabel Sampaio

O que é o carma? O carma não é o castigo que vem para nos apanhar. O carma é a lição que não aprendemos e que se continua a repetir. Como se sai da roda do carma? Quebra-se o círculo. No carma familiar, isto é especialmente verdade. Bem, é verdade em todo o carma. Quando alguém pára e quebra o ciclo vicioso, essa pessoa liberta não, só a si mesma, mas todos os seus ancestrais e todos os descendentes.

12 de Julho, 2018

...

Ana Isabel Sampaio

Como começa um caminho espiritual? Como se decide? São boas perguntas e acho que cada um tem de responder por si. Para mim, sempre me senti ligada ao místico, ao espiritual. Inicialmente fazia essa ligação através da religião. Até que percebi que não respondia às minha demandas, muitas vezes não correspondia aos meus valores e não correspondia à ideia que tinha de Deus.

Passei também algum tempo de puro ceticismo. Havia muitas certezas dentro de mim, mas também muita necessidade e ânsia de procura.

Há cerca de mais ou menos oito anos essa ânsia aumentou. Aconteceu uma ativação, que na altura não sabia o que era e me levou a uma procura mais profunda. Inicialmente através de um aumentar de descontentamento que me fez perceber que alguma coisa não estava a ir no sentido que eu queria. Ou muitas coisas. Ou eu própria.

Nos últimos cerca de três anos esse crescimento foi catapultado numa rapidez que nem eu própria achava possível.  Foram tempos de grandes descobertas e mudanças. Grandes dores e momentos difíceis. E momentos que indescritíveis e inesquecíveis.  Mas foi também a expansão exponencial do meu coração e da minha capacidade de amar.

Agora sei mais que nunca o que vim cá fazer. Compreendo muita coisa. Tive de procurar, vasculhar além dos preconceitos e do que se vê a olha nu, além do que é obvio. Acho que é esse a maneira como cada um deve procurar – olhar sem filtros para si e procurar o que certo para si, não o que é confortável ou mais fácil, mas aquele certo que bate com o coração. Aquele certo que trás paz nas decisões o nas ações…

Sinto-me extremamente grata por absolutamente tudo. Até pelas noites mais negras (algumas que me fizeram questionar a minha sanidade e o meu discernimento). Porque hoje não poderia estar aqui conscientemente a falar disto, escrever artigos e transformar a minha dor, as minhas conquistas, o aprendizado e todo este caminho em algo útil e que, pode não ser muita gente, mas dá o seu contributo.

Conheci pessoas de todo o mundo. Senti-me ainda mais agradecida pela minha família e amigos. Atrevi-me a enfrentar medos de frente. Encontrei sabedoria nos locais mais inesperados. Estudei. Viajei (não tanto quanto queira 😊). Li. Comecei a praticar yoga. Falhei redondamente, mas também acertei muito. E fiz tantas coisas que nunca tinha ponderado.Não há nada de que me arrependa. E ainda há caminho que quero fazer, coisas que quero experimentar, pessoas que quero reencontrar e um agradecimento e algo especial que quero muito fazer… Nunca senti a magia e maravilha que esta experiência que nos foi emprestada - a vida de forma tão intensa. Por isso, neste momento de grande mudança no nosso planeta, não se acanhem. Vão fundo em vocês e reencontrem-se.

Juro que vale a pena.

PS - Acredito que tudo é espiritual. Por isso não distingo aqui as terapias mais tradicionais das mais fora da caixa, nem artigos académicos de questões mais abstratas. Desde que me soa a verdade e a boa energia e que sinta que pode ser útil partilho, escrevo, comento…  Este blog é apenas um contributo cheio de Amor que me faz sentir agradecida e ao mesmo tempo extremamente humilde...

 

07 de Julho, 2018

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Ana Isabel Sampaio

Não é fácil lidar com emoções crescendo numa sociedade em que, nos homens, elas são reprimidas e, nas mulheres, são sinal de desequilíbrio.No entanto, o reconhecimento das emoções e sentimentos é fundamental para a psique saudável... para a vida plena, feliz e equilibrada.O primeiro passo é reconhecer. A consciência é a base da transformação.Ninguém pode salvar ninguém. Cada um tem de escolher "salvar-se".Há pessoas que auxiliam no processo, quer mostrando-nos os nossos medos e feridas mais profundas, mostrando-nos aquilo que mais desejamos alcançar (às vezes, pode até ser a mesma pessoa), quer através de auxilio mais tradicional (terapias, apoio, amizade, Amor...) Mas anos de terapia, desejo de mudança, leituras e o que mais for, vão ser em vão se a pessoa continua a achar que é um evento ou uma pessoa exterior a si que vai resolver tudo... ou que alguém ou o mundo|Deus| Universo lhes deve alguma coisa. Ninguém deve nada a ninguém. Todos "trabalhamos" uns com o outros, ninguém "trabalha" para ninguém.Por isso, há uma verdade | pergunta.muito necessária: estás disposto? Verdadeiramente comprometido?Só assim se pode gerar verdadeira mudança (como já disse muitas vezes, para mim mudança significa voltar à essência mais pura de nós mesmos).Já diz aquela frase: não disse que era fácil, só disse que valia a pena.

01 de Julho, 2018

O trabalho...

Ana Isabel Sampaio

Muita gente quer mudança, mas pouca gente está disposta a fazer as mudanças.

Não há atalhos para “o trabalho”. E o que é o trabalho? É o processo de cura e desbloqueio de tudo aquilo que nos limita. Há vários caminhos e cada um tem de encontrar o seu, pegando em diversas fontes, experimentando e falhando, mas seguindo com persistência. As coisas pioram antes de melhorar, mas vai-se chegando a patamares, vamos passando de nível.

Não podemos querer uma coisa e o seu oposto. As mudanças partem de dentro para fora. Não se pode ficar à espera de que venha alguém ou alguma coisa, algum acontecimento fantástico que, milagrosamente, nos vai salvar. Isso não existe. Primeiro mudamo-nos e depois, aquilo que chamamos de milagres, são os reflexos do nosso trabalho interior.

Temos de fazer espaço na nossa vida para aquilo que queremos. Não podemos querer uma coisa e fazer o seu oposto. Não podemos dizer que queremos uma relação harmoniosa e depois continuar a sair para o engate, não podemos dizer que queremos mais energia e saúde, e depois ter uma alimentação pouco saudável ou não dormir o suficiente, ou ter uma vida sedentária. Não podemos apelar a um Deus, Universo ou a nós mesmos, que queremos uma coisa, mas não dar os passos ao nosso alcance (ou seja, fazer a nossa parte) para que Deus, o Universo ou a vida façam depois a parte deles. Temos de criar espaço energético em nós e na nossa vida para aquilo que queremos. É como aquela piada do devoto que só queria ganhar o euro milhões, mas nunca jogou e depois ficou chateado com Deus…

Não há atalhos possíveis, porque as leis universais funcionam sempre e a toda a hora, são imutáveis e perfeitas… Funcionam mesmo quando ninguém está ver… Tal como os nossos valores devem estar sempre presentes, mesmo quando estamos sozinhos. Ou eles regem a nossa vida, ou se regem só quando há mais pessoas, há alguma falha neles. Os nossos valores não podem ser “dobráveis” (sim, acho que inventei uma expressão) segundo os nossos interesses (ou podem, dependendo de quais são).

Também temos de ter atenção, porque, a uma altura do caminho, podemos ficar presos em loops de cura intermináveis, ou seja, achar que tudo o que nos acontece de mal é mais um padrão para curar, ou achar que ainda não somos bons o suficiente. Ou podemos ficar presos no ego espiritual, que é quando achamos que já chegamos ao nosso destino, no entanto, continuamos a julgar e continuamos apegados a uma ilusão de alguma coisa, no futuro, que vai acontecer e mudar o mundo e acomodamo-nos.

Há uma cena no filme The Big Fish do Tim Burton em que o personagem principal sai da sua cidade natal e vai, com um amigo, para a cidade grande. A dada altura o caminho separa-se em dois (que vão dar ao mesmo sitio) e ele escolhe ir pelo com o ar mais tenebroso. Depois de passar por muitas peripécias, encontra uma aldeia que é simplesmente perfeita. E vai ficando por lá. Inicialmente só para descansar. Mas vai ficando e ficando. Conhece raparigas bonitas e começa a ponderar ficar de vez. Inclusive, reencontra um poeta muito famoso da sua terra natal, que ficou também nesse lugar perfeito e que está, há anos, para terminar a sua obra prima (que são duas linhas de um poema da treta). Até a potencialidade de romance existe, com uma serie de raparigas bonitas, ele quase se esquece da mulher por quem está apaixonada (e, spoiler alert, é o amor da sua vida, sou uma romântica, não me contive :)))… Nisto ele vai ficando confortável… não é bem o que ele queria, mas é bom… Ele começa a acomodar-se. E é neste estágio do trabalho que se correm grandes riscos. Quando já estamos cansados e parece que a luz ao fundo do túnel (aquela mesmo verdadeira) não se vê, mas chegamos a um sítio que é relativamente bom. Spoiler alert outra vez, o personagem diz: Eu até poderia ficar aqui e ser relativamente feliz o resto da minha vida, mas não és isto que eu quero. Ele escolhe não se contentar e, lá segue o seu caminho de novo, por locais tenebrosos. Claro que isto é só uma metáfora e é a minha interpretação dela.  Mas é preciso ter mesmo muita perseverança, ter coragem, olhar para coisas que, muitas vezes não queremos, autodisciplina… tudo tende a ficar um caos, porque quando sacudimos o tapete (o tapete somos nós) a nuvem inicial de poeira vai ser muito grande, e depois temos de dar umas sacudidelas mais… e mais umas nuvens... e depois temos de ir buscar forças onde nem sabíamos que tinjamos... e temos de ir seguindo caminho só com fé acreditando sem ter provas físicas...

Mas vale mesmo a pena. E ninguém, absolutamente ninguém pode fazer isto por nós. Ninguém pode vir salvar-nos. Temos de ser nós a salvar-nos a nós mesmos. A fazer essa escolha a cada dia, mesmo naqueles em que não apetece nada. As pessoas podem estar lá, apoiar, ajudar, mas não podem escolher e fazer por nós.

Espero que faça algum sentido, este texto...