Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O lápis que vê

O lápis que vê

24 de Abril, 2018

Ho’oponopono ou a Arte da Simplicidade | The Art of simplicity

Ana Isabel Sampaio

Este nome estranho é o nome de uma prática muito simples e eficaz. O termo tornou-se conhecido a partir de uma experiência vivenciada pelo terapeuta e professor, Ihaleakala Hew Len. Por mais inacreditável que a história possa parecer, este homem conseguiu curar um pavilhão inteiro de criminosos que sofriam de doenças mentais, sem sequer conversar ou interagir com eles. Este senhor trabalhava na ala mais complicada e hostil de um hospital psiquiátrico no Havai. Os pacientes eram violentos e a taxa de sucesso de intervenção com eles, muito baixa.

Ele decidiu usar uma técnica muito simples. Partiu da parte para o todo considerando que ninguém está desconectado e existe uma parte de todos em nós e uma parte de nós no todo (muito parecido com aquilo que Jung chama de consciência coletiva).

Len pegava nas fichas dos pacientes, analisava-as e aplicava as palavras-chave do Ho’oponopono a cada situação.

A técnica do Ho’oponopono é muito simples, consiste em curar em nós o que contribui para o problema em questão. O que este senhor fez foi curar dentro de si a parte que contribuía para aquele problema especifico, o que de “louco” e violento havia nele.

O Ho’oponopono traz a possibilidade de assumirmos a responsabilidade sobre tudo que nos incomoda nas pessoas, nas situações e nos lugares… A partir daí, dá-nos ferramentas preciosas para que se limpem as memórias e padrões que fazem com que isso nos incomode.

Tudo o que acontece à nossa volta implica a nossa participação. Se podemos não controlar as circunstâncias e o que nos acontece, podemos controlar a nossa reação a tudo.

Benefícios do Ho’oponopono:

- Regenera a memória celular

- Recupera o protagonismo da própria vida

- Dá estabilidade emocional

- Promove relacionamentos mais saudáveis.

 

Como se usa e como se faz? São quatro simples palavras, basta dizer:

Eu sinto muito

Eu perdoo-me

Eu amo-me

Eu estou grato

Quando se diz eu sinto muito, reconhecemos o padrão menos bom que levou à situação e entramos na humildade. Eu sinto muito por ter manifestado esse problema na minha vida, já que sou 100% responsável por ela.

Quando se diz eu perdoo-me, estamos a perdoar-nos por termos ajudado a causar essa situação. O perdão é uma das formas mais grandiosas de crescimento, de purificação e de limpeza. E o auto perdão é fundamental, até porque, muitas vezes, é mais fácil perdoar os outros do que a nós mesmos.

Eu amo-me reconhecemos o amor próprio que nos faz evoluir. É a transmutação, não existe nada mais poderoso do que permitir que o Amor volte a fluir no nosso corpo. Toda a nossa vida flui da relação que temos connosco e do Amor que temos por nós, que nos permite ver o Amor em tudo. O mundo é o nosso espelho.

Estou grato, reconhecemos o poder de evolução que aquela situação nos deu, a oportunidade de sermos melhores. A gratidão é a maior expressão, dela obtemos um fechamento do ciclo, em geral agradecer é algo tremendamente incrível, especialmente quando agradecemos as coisas menos boas que nos acontecem porque reconhecemos a potencialidade de evolução, de quebra de padrões negativos.

Este mantra é simples e poderoso. Pode ser dito em qualquer altura e lugar. É importante estar consciente do significado de cada expressão.

Querem técnicas simples. Aqui está uma.

 

 

This strange name is the name of a very simple and effective practice. The term became known by the hand of therapist and teacher Ihaleakala Hew Len. As unbelievable as his story may seem, this man managed to heal a whole pavilion of criminals suffering from mental illness without even talking or interacting with them. He worked in the most complicated and hostile wing of a psychiatric hospital in Hawaii. The patients were violent and the success rate of intervention with them was very low.

He decided to use a very simple technique. It uses the principle that we are all one and all connected (much like what Jung calls the collective consciousness).

Len picked up the patients' records, analyzed them, and applied Ho'oponopono's keywords to every situation.

The technique of Ho'oponopono is very simple, it consists in healing in us what contributes to the problem. What this man did was heal within himself the part that contributed to that specific problem, that "crazy" and violent part is himself.

Ho'oponopono brings the possibility of taking responsibility for everything that bothers us in people, situations and places ... From there, it gives us precious tools to clean up the memories and patterns that make us uncomfortable.

Everything that happens around us implies our participation. If we can not control the circumstances and what happens to us, we can control our reaction to everything.

Benefits of Ho'oponopono:

- Regenerates cellular memory

- Brings back protagonism of one’s life

- Gives emotional stability

- Promote healthier relationships.

 

How is it used and how is it done? There are four simple words, just say:

I'm sorry

Please forgive

I love

Thank you

When we say I'm sorry, we recognize the pattern that led to the situation and enter into humility. I'm sorry for having manifested this problem in my life since I am 100% responsible for it.

When you say Please forgive me, we are forgiving ourselves for helping to bring about this situation. Forgiveness is one of the grandest forms of growth, purification and cleansing. And self-forgiveness is fundamental, because it is often easier to forgive others than ourselves.

I love myself recognize the self-love that makes us evolve. It is the transmutation, there is nothing more powerful than allowing Love to flow back into our body. Our whole life flows from the relationship we have with ourselves and from the Love we have for us, which allows us to see Love in everything. The world is our mirror.

Thank you - we recognize the power of evolution that that situation has given us - the opportunity to be better. Gratitude is the greatest expression, from it we get closure. In general gratitude is something tremendously incredible, especially when we appreciate the less good things that happen to us because we recognize the potentiality of evolution, of breaking negative patterns.

This mantra is simple and powerful. It can be said anytime and anywhere. It is important to be aware of the meaning of each expression.

There you go a simple and effective technique.

13 de Abril, 2018

Pensamento aleatório despregado #8

Ana Isabel Sampaio

Pensamento aleatório despregado.jpg

 

A última polémica das redes sociais é um texto do José Diogo Quintela. Isto das polémicas facebookianos é muito interessante, porque eu ouvi em conversa e quando entrei lá se confirmou. Lá fui eu pesquisar, perceber qual era o texto e qual era então o motivo real de tanta indignação.Factos que retirei (primeiros os factos): o texto foi publicado numa coluna chamada Fúteis Epitáfios. Pelo que percebo é uma coluna de opinião. O autor é um conhecido humorista. A liberdade de expressão é um direito consumado em lei. A hipérbole, a ironia e a metáfora a são figuras de estilo da língua portuguesa, qualquer gramática pode confirmar isto.Posto os factos, vamos à minha opinião. O texto é claramente uma crítica irónica.Claro que há assuntos mais sensíveis que outros. E há assuntos que são mais sensíveis para umas pessoas do que para outras. Há assuntos onde até este tipo de textos pode fazer avivar uma dor. Mas a liberdade de expressão não pode ser só admissível quando a opinião do outro é igual à nossa ou geralmente aceite. Só porque eu não uso laranja não vou censurar quem usa. Sabem em que tipo de regimes isso acontece não sabem?Em última instância, ele até podia realmente achar aquilo, desde que não insultasse ninguém ou cometesse nenhuma infração (quando se fala por exemplo de discursos de ódio), coisa que não foi feita ao contrário, porque o discorrer de insultos do pior que há que vi em algumas publicações fariam uns casos interessantes. Todos temos a nossa opinião e diferentes formas de a expressar, é isso que torna o mundo interessante.Agora uma pergunta: será que todo esse ódio discorrido nas redes sociais acrescentou alguma coisa de boa ao mundo? Se calhar, cada um devia pensar no que o irritou ou magoou tanto e tentar lidar com esse gatilho/ferida (isto já é o meu lado de terapeuta a falar, depois do meu lado de professora, este também quis dar uma palavrinha).

13 de Abril, 2018

Esqueci-me de chorar | I forgot to cry

Ana Isabel Sampaio

Na verdade, não me esqueci. Agora já não me esqueço, mas durante grande parte da minha vida reprimi o choro (e eu até sou chorona). Ainda hoje não sou capaz de chorar em frente de quase ninguém, embora tenha melhorado significativamente esse, como lhe chamar, bloqueio. Ainda assim, o primeiro impulso é pedir desculpa por estar a chorar. É difícil mostrar a nossa vulnerabilidade (essa tal de vulnerabilidade, tão mal-entendida…).

É sociológico, desde sempre nos disseram que chorar era mau, envergonhavam-nos por chorar, na melhor das hipóteses tentavam consolar-nos.

Ensinam-nos a lidar com a mente e com a razão, mas as emoções é um outro campeonato que daria para várias teses e dissertações. A maioria das pessoas tem dificuldade em lidar com uma situação que implique choro.

O ato de chorar é uma forma de libertar a densidade emocional que existe no nosso coração|alma|ser|vida, em nós e só, isto diria, tudo.

É um ato libertador. É uma forma de processar emoções e sentimentos mais fortes. É um processo fisiológico de defesa do organismo.ab80f90c4f80139b6c8f10cf0d708ed9

Perder a compostura? Tem muito pouco de perder a compostura, porque isso são condicionamentos que foram impostos, coisas que se entendem como socialmente aceites, mas que, me grande maioria não são saudáveis.

Claro que agora não temos de desatar a chorar em todo o lado só porque sim. Mas devemos conceder-nos essa bênção que é chorar. Quando ainda não conseguirmos chorar com alguém, choremos sozinhos.

 

Deixo uma sugestão: uma sessão de choro libertador. Como sei que pode ser difícil, especialmente para os homens, tentem arranjar um gatilho, ou seja, algo que ajuda a tocar no ponto. Pode ser uma música, ou com algum acontecimento triste, uma imagem… Qualquer coisa, mas libertem… Deixo aqui a minha sugestão, Into my arms do Nick Cave que, para mim, é das músicas mais bonitas que pode haver, e o vídeo… vejam, é um desafio não chorar…

6ce44375384d76c8ca1a6ff75f1ce533 Imagens: PinterestTradução: Deus guarda as tuas lágrimas. Salmo 56:8 I forgot to cry

In fact, I have not forgotten. Now I don't forget anymore, but for most of my life I suppress the crying (and I'm a cry baby :)). Even today I can not cry in front of almost anyone, although I have significantly improved as I call it in this block. Still, the first impulse is to apologize for crying. It is difficult to show our vulnerability (ohh this vulnerability so misunderstood ...).

It's sociological, they've always told us that crying was bad, they shamed us for crying at best they tried to console us.

They teach us how to deal with mind and reason but emotions is a completly different championship that would give theme to various theses and dissertations.ab80f90c4f80139b6c8f10cf0d708ed9

Most people find it difficult to deal with a situation that involves crying.

The act of crying is a way of releasing the emotional density that exists in our heart, in us.

It is a liberating act.

It is a way of processing stronge emotions and feelings. It is a physiological process of defense of the organism.

Losing your composure? You have very little to lose your composure, because these are imposed conditions, things that are understood as socially accepted, but which, most of them are not healthy.

Of course we don't have to start crying everywhere just because. But we must give ourselves this blessing. When we still can not cry with someone, let's us cry alone.

I leave you with a suggestion: a session of liberating crying. As I know it can be difficult, especially for men, try to get a trigger, that is, something that helps to get you started. It can be a song or  sad event, an image ... Anything, but release it... I leave here my suggestion, Into my arms of Nick Cave which, for me, is the most beautiful song that can be, and the video ... See it, it's a challenge not to cry ... ;)

 Image translation: Ah, let me cry so I can smooth what I can't say but can feel.

11 de Abril, 2018

O Paradoxo do Amor | The Love Paradox

Ana Isabel Sampaio

Os artigos que escrevo ou publicações que partilho sobre relacionamentos têm um aumento significativo de visualizações. O paradoxo do Amor rege em muito o nosso consciente, inconsciente e subconsciente. Desde desvalorizar, a sobrevalorizar o assunto, noções, conceitos, expectativas e teorias que existem…  a probabilidade de confusão acrescentada é infinda.

A poetização de histórias de Amor trágicas (sendo Romeu e Julieta os seu pináculo) 1338856381349_2730431e a romantização do Amor (herança do movimento artístico Romantismo, iniciado nos finais século XVIII), o boom de filmes, livros e dissertações sobre o tema, entre outras coisas direta e indiretamente relacionadas, como, por exemplo, o papel dos géneros, apregoaram-nos uma forma ou formula de relacionamentos (repararam que deixei de usar a palavra Amor e passei a usar relacionamentos 😉) baseadas em fatores externos e não consciencialização do “Eu”.

Amor é uma coisa, relacionamento é outra, ou pode ser outra.

Tendemos a fazer outsourcing às nossas necessidades e desejos, colocando expectativas em alguém ou alguma coisa para a sua resolução. Esperando que alguém nos dê o que precisamos, criando uma serie de expectativas de como o outro se deve comportar. Quando isso não é atendido, frustramo-nos achando que alguma coisa está errada. #imguiltytoo 😊 também sou culpada de ter caído nesta armadilha (que foi condicionada).

A melhor forma de melhorarmos os nossos relacionamentos (e já agora, tudo na vida) é trabalhar connosco mesmo. Descobrir o que nos incomoda, o que nos apaixona, o que temos de curar, os padrões que nos limitam, as expectativas que criamos, o que achamos que o outro nos pode suprir. E, acima de tudo, perdoarmo-nos. Ter muita compaixão por nós. E tratarmos do nosso Amor-próprio. Amarmo-nos tanto que, quando estamos com alguém, essa pessoa não nos complemente, mas nos acrescente, nos transborde. Para que depois consigamos encaixar as vidas sem ninguém se perder ou se anular e, a partir desse lugar, criar todo um novo mundo.

PS- Se este texto estiver algo confuso, é só o reflexo da minha confusão também 😊

Tradução imagem: Romeu e Julieta não é uma história de Amor. É um relação de três dias entre uma rapariga de 13 anos e um rapaz de 17 que causou seis mortes. Com os melhores cumprimentos, quem realmente leu. The Love Paradox

The articles I write or publications I share about relationships have a significant increase in views. The paradox of Love governs our conscious, unconscious and subconscious. From devaluing, to overvaluing the subject, notions, concepts, expectations and theories that exist ... the probability of added confusion is enourmous.

The poetization of tragic Love stories (Romeo and Juliet being their pinnacle) and the 1338856381349_2730431romanticizement of Love (inheritance of the Romantic movement,  begun in the late 18th century), the boom of films, books and dissertations on the subject, among other things directly and indirectly related to the subject, as, for example, the role of the genres, have proclaimed us a form or formula of how a relationship should be (and noticed that I stopped using the word Love and started using relationships :)) all this based on external factors and not awareness of the "I" .

Love is one thing, relationship is another.

We tend to outsource our needs and desires, putting expectations on someone or something for their supression. Waiting for someone to give us what we need, creating a series of expectations of how the other should behave. When that is not answered, we feel frustrated and think yhat something is wrong.

#imguiltytoo 😊  The best way to improve our relationships (and for that matter, everything in life) is to work with ourselves. Finding out what bothers us, what we are passionate about, what we have to heal, the patterns that limit us, the expectations we create, what we think the other should provide. And, above all, we should always forgive ourselves and have a lot of compassion for us.

Let's deal with our self-love. Let us love ourselves so much that when we are with another, that person does not to complement us, but adds to it and overflows us. So that later we can fit eachothers lives without anyone being lost or annulled in the relationshiop and from that place, create a whole new world.

PS- If this text is somewhat confusing, it is just the reflection of my confusion too 😊

Image translation: So many people who love eachother and are not together. And so many people together who don't love each other.

09 de Abril, 2018

Mais perto

Ana Isabel Sampaio

Desapego-me do fardo de me desapegar. Não quero mais. Já cheguei muito longe, mais do que pensava. Deixo ir sem pensar, sem problemas. Não é abandonar, é soltar. É confiar. Liberto todo o peso do que já libertei e curei. Cheguei mais perto de mim. E assim, chego mais perto de ti.

04 de Abril, 2018

Espelho meu, espelho meu... | Mirror Mirror...

Ana Isabel Sampaio

Espelhos, temo-los por todo o lado, mas será que realmente olhamos com atenção? A metáfora ou imaginário do espelho está presente em várias obras de ficção, livros e filmes. A Alice no primeiro livro cai num buraco coelho (que também é uma metáfora), mas no segundo vai para o outro lado do espelho. Os espelhos aparecem como portais para outros mundos e dimensões, servem de meio de transporte e refletem, em algumas obras, o lado mau, ou o lado vilão de quem o olha.

Vamos pegar nesta última ideia.

O espelho é muito usado para trabalho de autoestima e autoimagem. Acredito com todas as minhas forças que a nossa relação connosco próprios é a base de todas as outras relações e de toda a nossa vida. Não se pode avançar verdadeiramente sem curarmos esta relação primordial. Enquanto não conseguirmos olhar-nos no espelho e dizer: amo-te sem achar ridículo, parvo, achar que é mentira, mas também sem pedantismos e sem narcisismos, ou seja, com um amor-próprio verdadeiro e saudável, dificilmente chegamos onde queremos verdadeiramente. (ver final do artigo onde está um exercício que todos podem aplicar e sugestão de leitura para esta questão).

Mas poderão as outras pessoas ser também nossos espelhos?

Já sabem a resposta, não é?

As outras pessoas são um espelho muito bom e com muitas potencialidades. Então como? Antes de continuar aviso que isto pode ser bastante irritante de ouvir, pode servir de gatilho, pode parecer ridículo. Pessoalmente, levou-me imenso tempo a perceber o funcionamento real desta técnica. Percebia-a cognitivamente, ou seja, percebia a dinâmica de funcionamento, mas quando se tornava real é que a situação complicava. Vamos então ser mais concretos.

Aquilo que nos irrita nas pessoas está a mostrar-nos alguma parte não curada de nós. Normalmente vivemos situações que estão em alinhamento com a nossa energia e com aquilo que temos dentro de nós. Há uma frase muito bonita que diz algo do género: só consegues vês a beleza em mim, porque carregas essa beleza dentro de ti. Mas eu posso ser a melhor pessoa do mundo e carregar muita energia de medo, ou dar-me pouco valor então eu vou atrair situações que me mostram esse lado que preciso curar.

Se calhar dando alguns exemplos práticos fica mais fácil.

Alguém que nos trai por causa de dinheiro (deixo claro que vamos analisar a perspectiva do que nós podemos tirar e melhorar em nós, não vou entrar em questões de valores ou atitudes questionáveis dos outros, porque por exemplo uma traição é um ato deliberado de enganar alguém que escolheu confiar). Então, voltando à traição por dinheiro (ou podem inserir aqui outro motivo). Questão: será que estou a depositar muito do meu valor (autoestima) nas questões materiais, no que possuo ou posso adquirir e numa imagem? Todos gostamos de conforto e segurança e coisas boas, mas o nosso valor deve estar acima dessas coisas. O nosso valor não pode depender do status. E claro, eu comecei logo por uma difícil, porque, como disse acima, a traição não levanta só a questão do valor, mas também da confiança.

Alguém que não nos fala ou comunica. Questão: o que é que eu não estou a comunicar? Que com que parte de mim ou com que situação interna eu não quero falar?

Alguém que me tenta humilhar ou que é mal-educado. Questões: será que tenho os meus limites bem definidos? Sei ser assertivo? Sei qual é o meu valor ou dei o meu poder?

Acho alguém mau profissional. Será que há alguma parte da minha vida onde eu seja mau profissional (o reflexo que nos mostram pode não ser necessariamente na mesma área, alguém pode irritar-nos na área profissional, mas isso pode ser um reflexo de algo que temos de olhar na nossa vida pessoal ou emocional).

E, para terminar, uma também difícil. E quando tudo parece perfeito? Ou, como perfeito nada é, e o perfeccionismo é uma grande armadilha, vamos antes dizer: quando tudo parece bom demais para ser verdade? Uiiii, é só luzinhas vermelhas a piscar, é soar de alarmes e apitos por todo lado na nossa cabeça. É avisos de perigo em cada esquina… 😊 Questões: porque acho eu que não mereço esta coisa maravilhosa que me está a acontecer? Será que fui condicionado a acreditar que não posso ter algo tão bom? Será que eu acho que tenho de atingir a perfeição para que esta situação possa entrar na minha vida?

Acho que agora já perceberam a fórmula, para além de ter bom humor sempre, é: definir o que nos irrita, incomoda ou magoa e fazer a questão ou questões.

Parece simples, mas é profundo. Muitas vezes podemos encontrar partes de nós que não queríamos, que não sabíamos que existiam ou que definitivamente não queremos revisitar. Mas, e como só falo por experiência ou tento, vale muito a pena. A liberdade e o Amor que daí vem são uma recompensa muito maior que a dor e o sofrimento que o processo pode acarretar. Porque começamos a ver refletidos no mundo toda essa beleza que trazemos à tona.

 

Exercício do espelho, excerto retirado do livro "Pode curar a sua vida" da Louise Hay: um pequeno apontamento sobre os chamados livros de autoajuda e sobre um certo preconceito que gira à volta deles. Como em tudo, há de tudo. Há bons, há médios, há maus e há os que chegam a ser ridículos, mas são ferramentas maravilhosas. O preconceito que a sociedade tem sobre isto, sobre terapias e sobre doenças mentais só prejudica. Tenho a maior admiração (e porque são para mim inspirações que também me ajudaram), respeito e gratidão por todos os que procuram ajuda em algum momento da sua vida, porque são esses que inspiram e fazem a diferença. E como se muda o mundo? Um pequeno gesto de cada vez.

Agora sim, o excerto:Resultado de imagem para mirror meme

"Gosto especialmente do exercício do espelho. Tenho visto muitas pessoas mudarem as suas vidas apenas olhando-se no espelho e dizendo : “Eu amo-te, eu amo-te de verdade”.

Sei que é difícil começar esse exercício. Você vai achar inicialmente que essa afirmação não é verdadeira, é estranha, ridícula, você talvez sinta vergonha em olhar-se no espelho afirmando que se ama.

Mas tente, por favor. Não deixe de tentar. Se tiver coragem e persistência e fizer essa simples afirmação todas as vezes que estiver em frente ao espelho, você vai ver como a sua energia interior começa a mudar. Você irá, aos poucos, libertando-se dos pensamentos e comportamentos destrutivos, aceitando-se. Amar-se passará a ser muito mais fácil.

Há muitas maneiras de praticar o exercício do espelho. A primeira coisa que gosto de fazer de manhã é olhar no espelho e dizer: “eu amo-te. O que posso fazer hoje pela tua felicidade? Como posso fazer-te feliz hoje?”

Alguma vez você já se perguntou isso de manhã, logo ao acordar? Preste atenção à resposta que lhe vem à cabeça e comece a seguir mensagem. Pode ser que no início não lhe venha resposta alguma, porque você não tem o hábito de tratar-se com carinho e cuidado. Mas insista e você verá que, aos poucos, as respostas começarão a aparecer.

Se algo desagradável acontecer, imediatamente corra para o espelho e diga: “Eu amo-te. Eu amo-te independentemente de tudo!” Fazendo essa afirmação, você irá perceber que os acontecimentos vê e vão, mas o amor que você tem por si é constante e é a coisa mais importante da sua vida. Se algo maravilhoso acontecer, corra para o espelho e agradeça com alegria. Recompense-se por ter criado algo maravilhoso.

Você pode perdoar-se fazendo o exercício do espelho. Olhe dentro de seus olhos no espelho e diga: “Eu te perdoo. Eu te perdoo por ter se prendido a esses padrões negativos por tanto tempo. Eu te perdoo por não se amar. Eu te perdoo por qualquer coisa.”

Nós temos a tendência de sermos críticos e implacáveis com nós mesmos, deixando que pequenos erros nos abatam. Julgamos e condenamos-nos sem nos darmos conta de que a falha humana, pode ser reparada e serve para nossa aprendizagem.

Cada um de nós pode usar o perdão diariamente. Ás vezes olho no espelho e digo: “Eu estou perdoada. Eu perdoo-te e estou perdoada.”

Perdoar e ser perdoado – isso funciona de duas maneiras. Você pode conversar com outras pessoas no espelho. Diga a elas, olhando no espelho, o que teria medo de dizer pessoalmente. Você pode resolver velhas pendências, pode perdoá-las. Você pode pedir amor e aprovação. É uma maneira maravilhosa de conversar com seus pais, com amigos, parentes e com seu chefe, com quem você quiser.

O que todos nós queremos sempre é receber amor e aprovação. A vida é um vai e volta permanente: aquilo que damos, de negativo ou positivo, volta para nós, e, quanto mais damos, mais recebemos. Por isso as afirmações no espelho são eficientes, porque voltam para nós.

Se ao dizer para você no espelho “eu amo-te”, você ouvir uma resposta negativa, do tipo “ama coisa nenhuma”, quem diz isso é o seu lado antigo, perverso, que conspira contra você.

Descarte-o, é justamente dele que você está querendo livrar-se, não lhe dê importância. E faça imediatamente uma afirmação positiva. Livre-se disso!

E, ao menos uma vez por dia, olhe dentro dos seus olhos no espelho e diga: “Eu amo-te. Eu amo-te de verdade.” Faça isso agora! Não espere até ficar bem ou perder peso, ou arranjar um novo emprego, ou começar um novo relacionamento. Faça agora! E faça o melhor que puder, mesmo que ache ridículo, mesmo que sinta um certo constrangimento. Eu garanto que vai funcionar.”

.....

Mirrors, we have them everywhere, but do we really look closely? The metaphor or imagery of the mirror is present in various works of fiction, books and films. Alice in the first book falls into a rabbit hole (which is also a metaphor), but in the second goes to the other side of the mirror. Mirrors appear as portals to other worlds and dimensions, serve as means of transport and reflect, in some works, the bad side, or the villainous side of those who look at it.

 Let's continue with this line of thought.

The mirror is much used for self-esteem and self-image work. I believe with all my strength that our relationship with ourselves is the basis of all other relationships and of our whole life. One cannot truly advance without healing this primordial relationship. As long as we cannot look at ourselves in the mirror and say: I love you without feelling ridiculous, silly, thinking it is a lie, but also without pedantry and without narcissism, that is, with a true and healthy self-esteem, we hardly reach what we truly want.

But can other people also be our mirrors?

You already know the answer, right? Other people are a very good mirrors, with many potentialities. So, as? Before continuing I want to say that this can be quite annoying to hear, it can serve as a trigger, it may even sound ridiculous. Personally, it took me a long time to realize the real potencial of this technique. I perceived it cognitively, that is, I perceived the dynamics of functioning, but when it came to real situations it was more complicated.

Let us then be more concrete.

What annoys us in people is showing us some unhealed part of ourselves. Usually we live situations that are in alignment with our energy and with what we have inside of us. There is a very beautiful sentence that goes something like this: you can only see beauty in me, because you carry that beauty inside you. But I can be the best person in the world and carry a lot of of fear energy, or give me so little value so I will attract situations that show me that side that I need to heal.

Perhaps giving a few practical examples is easier.

Someone who betrays us because of money (I want to make it clear that we are going to analyze the perspective of what we can take and improve in ourselves, I will not go into questions of values ​​or questionable attitudes of others, for example a betrayal is a deliberate act of deceiving someone therefore trust issues came up). Returning to the point… Question: Am I putting much of my value (self-esteem) into material issues, into what I own or can acquire, and into an image? We all like comfort and safety and good things, but our worth must be above these things. Our value cannot depend on status. And of course, I started with a difficult one because, as I said above, betrayal raises not only the question of value, but also of trust.

Someone who does not speak to us or communicate. Question: what am I not communicating? What part of me or what internal situation do I not want to talk about?

Someone who tries to humiliate me or who is rude. Questions: Do I have my boundaries well defined? Do I know how to be assertive? Do I know what I am worth or give my power?

I think somebody's a bad professional. Question: is there any part of my life where I am a bad professional (the reflection they show us may not necessarily be in the same area, someone may irritate us in the professional area, but this may be a reflection of something we have to look at in our personal or emotional life).

And, finally, a difficult one too. And when everything seems perfect? Or because perfectionism is a great trap, when everything seems too good to be true? Ahhhh, it's just flashing red lights, it's ringing alarms and whistles all over our heads. It's warnings of danger on every corner ... 😊 Questions: why do I think I do not deserve this wonderful thing that is happening to me? Am I conditioned to believe that I cannot have something so good? Do I think I have to achieve perfection so that this situation can enter my life?

I think that now you have perceived the formula, besides always having a good sense of humor, is: define what irritates, annoys or hurts you and ask the question or questions. It sounds simple, but it's deep. We can often find parts of ourselves that we did not want to have, that we did not even know existed or that we definitely do not want to revisit. But, as I only speak from experience or try, it is very worthwhile. The freedom and Love that comes from it is a far a greater reward than the pain and suffering that the process can bring. Because we begin to see reflected in the world all this beauty that we brought to the surface.

Mirror exercise, excerpt from Louise Hay's book "You can heal your life": a short note babout so-called self-help books and about a certain prejudice that revolves around them. As in everything, there is everything. There are good ones, there are medium ones, there are bad ones and there are those that are ridiculous, but they are wonderful tools. The prejudice that society has about this, about therapies and about mental illness only harms. I have the greatest admiration (and because they inspire me as well) and gratitude to all who seek help at some point in their lives, because they are the ones who inspire and make a difference. And how does the world change? One small gesture at a time.Imagens: imgflip, pinterest