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O lápis que vê

O lápis que vê

26 de Setembro, 2017

Os 4 elementos do Amor

Ana Isabel Sampaio

Ora aqui está uma temática muito susceptível a muita coisa… Desde a romantização exacerbada, a expectativas distorcidas, a momentos maravilhosos… Uma vasta panóplia de cenários. 😊

Na tradição budista existem quatro elementos que fazem parte ou que tornam um Amor verdadeiro. Não são conceitos espirituais (?), são comportamentos e virtudes, que em boa verdade, ou se tem ou não se tem.

O primeiro conceito é designado por MAITRI. A melhor tradução é a gentileza, bondade ou benevolência (já são algumas traduções, mas às vezes a tradução tem destas coisas). Maitri fala de não apenas o desejo de fazer alguém feliz, mas a capacidade de fazê-lo. Nós podemos ter toda a intenção de amar alguém, mas a maneira como fazemos pode não estar a resultar. Cada pessoa tem formas diferentes de expressar Amor, pelo que nós tendemos a expressar da forma como gostamos de receber e aqui pode gerar-se um grande buraco de comunicação.

O segundo conceito é KARUNA ou compaixão. Capacidade de entender o sofrimento e ajudar a transforma-lo. É não só ter o desejo de ajudar na dor, mas também o de compreender o sofrimento do outro, de como se expressa e de que forma podemos ajudar (muitas vezes basta estar presente, sem julgar ou opinar).

O terceiro MUDITA entre nós conhecido por alegria. Como se costuma dizer, não há caminho para a alegria, a alegria é o caminho. Se não se costuma, dever-se-ia. A alegria elemento que junta todos os elementos. A alegria é uma expressão divina. Onde há alegria, há Amor.

E o quarto e último é UPEKSHA: liberdade. Não discriminação. Liberdade é diferente de libertinagem deixem-me já adiantar, porque sinto que às vezes liberdade é um conceito distorcido (já escrevi sobre isso, deixo no fim do artigo o link). Upeksha é a liberdade que cada pessoa tem de ser quem é sem julgamentos. O sentimento de se sentir apoiado no seu crescimento e na sua individualidade. É a liberdade de se sentir confortável e acolhido para expressar sentimentos ou o que quer que seja sem se sentir julgado.

PS - Escrevo sempre Amor com letra grande porque, para mim, é com letra grande que deve ser escrito…

Texto sobre Liberdade:https://olapisqueve.wordpress.com/2016/09/20/liberdade/Estes vídeos podem ajudar:https://www.youtube.com/watch?v=40M2g6qECDg https://www.youtube.com/watch?v=E0wAs-u4A2E 

26 de Setembro, 2017

Arteterapia com crianças

Ana Isabel Sampaio

“Não devemos ensinar nada a uma criança, devemos maravilha-la.”

Marina Tsvetaeva

 

A Arteterapia é uma área do conhecimento humano que se tem vindo a desenvolver e a ganhar terreno nos últimos como auxilio terapêutico em vários contextos dos mais simples aos mais complexos. Ela usa mediadores e instrumentos artísticos para e como meio de expressão permitindo a transformação da pessoa. Não é necessário ser artista, desenhar bem, saber música ou saber dançar. É só necessário querer expressar. A Arteterapia é tida como uma atividade de purificação e reorganização interior, pois a arte por si só, feita esporadicamente, já é uma forma de renovação interna e quando feita especificamente como terapia, produz resultados surpreendentes.

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A Arteterapia encontra e proporciona um meio de relacionar a expressão verbal e não-verbal através de dinâmicas, em que o fazer arte é condutor de novas experiências. A sua finalidade é fornecer experiências que ajudem a criança a desenvolver valores, sentimentos, emoções e uma visão crítica do mundo.

A expressão, seja ela qual for, evoca o espírito criativo. As formas de arte podem orientar o desenvolvimento da criatividade, expandindo as necessidades criativas.

Cada vez mais as terapias holísticas vêm ganhado importância, assumindo que cada individuo é único e que a expressão de emoções e o seu reconhecimento é muitas vezes a solução ou uma ajuda à solução, seja qual for o problema.

As crianças estão mais ligadas à sua capacidade criativa, à capacidade de se maravilhar, de se expressar sem condicionamentos e medos. Essas capacidades vão sendo bloqueadas pelo contexto social em que se movem. Quando lhes dizem que não podem fazer isto ou aquilo desta ou daquela forma. Que não devem pintar um cavalo de azul ou quando a capacidade criativa é desvalorizada em função da normalização.

No início do livro O Principezinho, o narrador descreve um episódio de quando tinha seis anos. O seu primeiro desenho, inspirado nas aventuras de selva, foi uma jibóia a comer um elefante, quando foi mostrar aos adultos e lhes perguntou se o seu desenho os assustava, esta foi a reação:

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Realmente as crianças têm de explicar tudo aos adultos, às vezes eles têm alguma dificuldade em perceber 😊 …

Estamos a falar de um livro, mas com um exemplo que acontece mais que muitas vezes no quotidiano das crianças do que deveria. Todos temos algo parecido para contar. Eu própria nunca me esqueço da minha nota numa prova global de EVT em que tínhamos de desenhar um candeeiro de azeite daqueles antigos, que estava à nossa frente, lembro-me de o professor dizer para dar assas à nossa imaginação. Ora, para mim foi musica para os ouvidos, lá fui eu dar às asas. Quando recebi a prova, percebi que dar asas à imaginação era desenhar o candeeiro exatamente como ele era, igualzinho, sem um pingo de diferença… Sem falar das interpretações de texto que na escola obrigam a fazer, mas cuja interpretação está já definida pelo programa… Estes são alguns dos exemplos. Será que não deveríamos era estimular a capacidade de formar uma opinião única e crítica às crianças, ensinando-as a pensar e não somente a reproduzir?

O desenvolvimento psicossocial do ser humano dá-se até cerca dos doze anos. Inúmeros fatores podem influenciar esse desenvolvimento. A Arteterapia pretende ajudar no sentido em que:

  • Permite a expressão de sentimentos que muitas vezes são considerados desadequados e podem, por isso, ser reprimidos (raiva, tristeza, vergonha, revolta, pânico, confusão…), ajudando a reorganizar o meio interna da criança;
  • Dá continuidade ao processo de desenvolvimento global da criança através de estímulos físicos, sociais e sensoriais;
  • Estimula a imaginação e criatividade;
  • Proporciona às crianças o prazer de descobrir as suas criações;
  • Aumenta a confiança e autoestima;
  • Promove um ambiente saudável onde as crianças se sentem seguras durante o processo, criando um espaço de criação e facilitação da expressão verbal e não-verbal;
  • Valoriza as experiências e oferece suporte para compartilhar sentimentos e emoções durante as vivências, além de trabalhar a socialização;
  • Durante as vivências/sessões não há preocupação com estética e procura-se estimular a criação com o intuito de que a criança atribua e descubra novos significados;

Em suma, a Arteterapia ajuda a aumentar a autoestima, confiança, alegria, bem-estar, disposição e prazer de viver, alcançando assim um estado de equilíbrio integral.

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04 de Setembro, 2017

Respira, inspira e torna consciente...

Ana Isabel Sampaio

_MG_5949A respiração é fundamental à vida, ninguém dúvida. Mas, no entanto, uma grande percentagem da população respira mal. E como é respirar mal? Parece uma parvoíce, mas não é. Se observarmos um bebé a respirar e depois um adulto veremos logo a diferença.

Existem quatro tipos de respiração:

  • respiração alta ou clavicular;
  • respiração média, intercostal ou torácica;
  • respiração baixa, diafragmática ou abdominal;
  • respiração total ou completa, em que usamos, em conjunto, os três tipos anteriormente descritos.

A maioria das pessoas tem uma respiração média ou torácica, respirando pelo tórax sem usar o abdómen. Este tipo de respiração é insuficiente e causa tensão, fadiga crónica e pode levar a outros problemas de saúde (física, emocional e mental).

Quando estamos num momento de tensão, o reflexo imediato é conter a respiração ou acelera-la, precisamente o contrário do que deveríamos. Se a nossa respiração for calma e abdominal a tensão diminui consideravelmente. A respiração abdominal deve ser a respiração a ser usada no dia a dia. A respiração total deve ser usada quando for necessário um aumento dos níveis de oxigénio.

Um bom exercício para nos tornarmos conscientes da respiração é: tornar a respiração consciente!... ou seja, sempre que nos lembrarmos, perceber que tipo de respiração estamos a fazer. Também é bom fazer exercícios respiratórios, treinar cada um dos quatro tipos de respiração e perceber as diferenças.

Em estado de ansiedade ou tensão é importante ter consciência da respiração. Acalma-la e torna-la mais profunda. Parar e perceber de que parte do corpo vem essa ansiedade e “respirar” para lá. Assim, para além de controlar, conseguimos tornar presente onde se manifesta a ansiedade/tensão/dor e como, perceber de onde vem, de que tipo de acontecimentos e então mais facilmente lidar com as situações e evitar novas crises.

01 de Setembro, 2017

Olá

Ana Isabel Sampaio
A Arteterapia é o uso de mediadores artísticos (formas de arte) num contexto terapêutico. Trabalhando por isso, através da expressão (verbal e não-verbal) várias formas de autoconhecimento e, automaticamente, de crescimento pessoal.A Arteterapia facilita a entrada em contacto com o poder criador de cada um. Quando falo em poder criador, falo de algo abrangente, não só no sentido de criar uma peça artística, mas de poder levar esse potencial criador para cada parte e canto da vida.

“A Arte Terapia está baseada na crença de que o processo criativo envolvido no fazer arte é curativo aumentando a qualidade de vida. Criar arte e comunica-la é um processo que quando realizado junto com um arte terapeuta, permite a qualquer pessoa uma ampliação de sua consciência. E, assim ela enfrenta os seus sintomas, o seu stresse e suas experiências traumáticas com habilidades cognitivas reforçadas, para então, desfrutar os prazeres da vida que se confirma, artisticamente, criativa”. (AATA, 2003 )