O discurso da rainha
É muito fácil saber qual é o "inimigo" quando ele é óbvio: é muito fácil saber o que é liberdade quando se enfrenta uma sociedade ditatorial, é muito "fácil" saber por qual igualdade lutar quando falamos de sociedades onde na televisão pública passa um tutorial de como esconder marcas de violência doméstica. Não há dúvidas nesses casos. Mas quando vamos para as sociedades ocidentais e desenvolvidas (ou ditas) a questão muda de figura e muito. Porque aí é tudo muito mais dissimulado. Porque aí, quando as pessoas protestam estão a ser exageradas. Há uns tempos, quando foi a polémica do Sr. Taxista eu escrevi sobre isto, algumas pessoas acharam que eu estava a exagerar. Há uns tempos mais atrás ainda escrevi sobre os homens (porque acho que a sociedade não reprime só as mulheres, mas a essência do homem também foi reprimida, embora tenham sido em formas muito diferentes) toda a gente ficou enternecida (logo por aqui se vê que não há diferenças nem dualidade de critérios :) ). A última polémica do mundo do cinema foi o Bertolucci ter admitido que não houve consentimento da actriz Maria Schneider na cena de violação d' O Último Tango em Paris (leiam os detalhes), grande furor. A actriz andou a dizer isto anos a fio, ninguém ligou, a partir do momento em que um homem reconheceu que aconteceu, aconteceu e gerou indignação e polémica (também aqui não há nenhuma dualidade de critérios). Vejam este discurso da Madonna que vale bem a pena, para todos homens e mulheres que valem a pena (a gente vale a pena, cada um no seu caminho, cada um no seu jeito). https://www.facebook.com/plugins/video.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fmadonnaposer%2Fvideos%2F1205340596216439%2F&show_text=0&width=560